Sperandio – Fragmentos de uma saga ítalo-brasileira, livro de Claudio Lachini

Sperandio – Fragmentos de uma saga ítalo-brasileira

editora: BARCAROLLA
assunto:
Livro de Claudio Lachini conta a saga dos primeiros italianos que povoaram o Espírito Santo e várias gerações de descendentes, em uma narrativa ágil que leva o leitor a refletir sobre a integração dos imigrantes e a formação da população brasileira.

Decidido a fugir da miséria, o italiano Sperandio Zibaldone deixa a Itália e chega ao Brasil – mais precisamente ao Espírito Santo – em 1878, com a mulher e os filhos. Ao lado de outras famílias italianas, os Zibaldone se estabelecem em terras remotas, próximas ao rio Benevente, que compraram ainda na Itália. Os pioneiro... [Leia mais]
Descrição
Livro de Claudio Lachini conta a saga dos primeiros italianos que povoaram o Espírito Santo e várias gerações de descendentes, em uma narrativa ágil que leva o leitor a refletir sobre a integração dos imigrantes e a formação da população brasileira.

Decidido a fugir da miséria, o italiano Sperandio Zibaldone deixa a Itália e chega ao Brasil – mais precisamente ao Espírito Santo – em 1878, com a mulher e os filhos. Ao lado de outras famílias italianas, os Zibaldone se estabelecem em terras remotas, próximas ao rio Benevente, que compraram ainda na Itália. Os pioneiros derrubam a mata, cultivam a terra, erguem igrejas e vilas contando com parcos recursos além da coragem e da dedicação ao trabalho. Não por acaso, “Sperandio” significa “espera em Deus”: sem nada no meio da floresta, esses desbravadores só podiam ter esperança na ajuda divina. Claudio Lachini conta fragmentos da saga de Sperandio e de alguns de seus descendentes – o filho Santino, um neto e um bisneto – em um relato constituído por 75 .crônicas que abrangem cem anos.

A história é contada em primeira pessoa por Sperandio já morto, no limbo, onde ficam “os mortos sem destino”. Neste caso, o limbo representa o esquecimento a que são relegados os seres humanos. Sperandio rememora episódios de sua vida, apresenta personagens pitorescos, como o inseparável amigo Chico Pintado, filho de italiano com uma escrava, uma espécie de guia dos imigrantes, pioneiro do processo de integração. O relato de Sperandio é constantemente enriquecido por visões que tem do futuro, nas quais seus descendentes passam necessidades e abandonam as origens.

A primeira parte do relato aborda a vida de Sperandio na Colônia Imperial de Rio Novo até a morte da mulher. A segunda transcorre em Colatina e Vitória, e trata da vida do neto Checo, que passa a ser conhecido por Chico, e do bisneto Toni, que se esforça para ser brasileiro, retorna à Itália, onde é convidado a permanecer em função dos problemas políticos decorrentes do golpe militar de 1964. O convite é recusado por amor à terra natal, que ele quer transformar.

Sonhador, intrépido e criativo, Sperandio observa o mundo com as lentes da crítica social, que exerce com boas doses de sarcasmo, nesta crônica irreverente em que a micro-história ilumina a macro-história e convida o leitor a refletir sobre o Brasil e as vicissitudes da integração multirracial.

A prosa concisa e envolvente de Claudio Lachini mostra a progressiva perda da identidade italiana dos pioneiros, seus filhos como cães caídos da “mudança” e a conquista de uma nova identidade a partir da terceira e da quarta geração de brasileiros.

Para escrever o livro, o autor recorreu à história oral, pesquisou manuscritos de família e outros documentos escritos, e levantou informações com especialistas em imigração italiana. “O livro começou como um relato de memórias familiares. Mas à medida que o trabalho avançava, percebi que deveria ser mais abrangente, deveria abordar a micro-história. Para fazer isso, decidi pesquisar mais a fundo sobre a imigração. Por outro lado, o livro é uma tentativa de passagem da narração jornalística – algo que me é familiar, pois exerci o jornalismo durante muitos anos – para a narração literária, tarefa muito difícil, pois são duas formas de expressão bastante diferentes”, comenta o autor.

Sobre o autor

Jornalista e escritor, Claudio Lachini, trocou o Espírito Santo, sua terra natal, nos anos 60. Em São Paulo, participou do nascimento das revistas “Veja” e “Expansão”. Em 1974 foi para a Gazeta Mercantil, onde ficou quase três décadas. Entre outros livros, publicou Anábase - Uma história da Gazeta Mercantil (Lazuli, 2000) e Um revolucionário perplexo – Biografia de Herbert Victor Levy (Fórum de Líderes Empresariais, 2002).

Dados Técnicos
Peso: 310g
ISBN: 9788598233291