A presença apagada da Abolição no Memorial de Aires, cujo enredo se situa nos anos de 1888 e 1889, tem dado margem à ideia de que Machado de Assis, em seu último romance, não trata de questões histórico-sociais, mas apenas de aspectos da vida particular. Para alguns, o recolhimento da obra a um ambiente doméstico aparentemente idealizado e desprovido de contradição assinala uma reconciliação bem-vinda do grande escritor com a vida. Outros viram no confinamento do universo ficcional aos assuntosprivados de um pequeno grupo de ricos uma confirmação do suposto desinteresse de Machado pelo movi...
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