O direito e o futuro da democracia

Descrição

O direito e o futuro da democracia é ao mesmo tempo uma aplicação do pensamento de Roberto Mangabeira Unger a uma das mais importantes disciplinas sociais ? o direito ? e um esforço para converter o pensamento social e jurídico em instrumento de imaginação institucional.

O livro parte da necessidade de superar o campo restrito do debate profissional, onde muitas vezes decisões essenciais para a sociedade são travadas apenas por especialistas. ?O conflito sobre as condições básicas da vida em sociedade, tendo abandonado as antigas arenas da política e da filosofia, vive sob o disfarce e constrangimento nos debates mais estreitos e obscuros das profissões especializadas?, afirma Mangabeira na apresentação do livro. Principalmente no direito, que é ?o lugar em que um ideal de civilização assume forma institucional detalhada?, segundo o autor. Por isso mesmo, o texto tem uma linguagem clara e não é destinado apenas aos profissionais da área.

Neste livro, já publicado em muitos países, Mangabeira mostra que o pensamento jurídico de nosso tempo vem seguindo um rumo de idealização do direito, que deve ser interrompido e substituído. Em nome do esclarecimento das idéias, e em nome do aprofundamento da democracia.

O autor aponta, então, para outro modo de encarar e de usar o direito e para a possibilidade de tomar as pequenas variações e os experimentos involuntários que proliferam no mundo atual como pontos de partida para transformações mais abrangentes. Para isso, mostra Mangabeira, é imprescindível uma reorientação radical da cultura jurídica.

Escrito originalmente em inglês e traduzido com a consultoria do autor, o livro, embora de natureza mais abrangente, é oportuno no momento em que o país tem uma discussão estreita na grande imprensa entre a proposta do governo e as posições de setores dos magistrados em torno da Reforma do Judiciário.

Sobre o autor
Roberto Mangabeira Unger, professor da Universidade de Harvard (EUA) e militante de idéias e política no Brasil, é autor de obras sobre a sociedade e a personalidade que já repercutiram em grande parte do mundo. Sua obra de pensamento social, considerada uma alternativa radical ao marxismo, foi descrita por Geoffrey Hawthorn, da Universidade de Cambridge, como ?a teoria social mais poderosa da segunda metade do século XX?. Perry Anderson descreveu-o como ?inteligência filosófica do Terceiro Mundo que virou a mesa como crítico e profeta do Primeiro Mundo?. Publicou pela Boitempo os livros Paixão: um ensaio sobre a personalidade (1998), Democracia realizada (1999), Política: os textos centrais (2001), A segunda via: presente e futuro do Brasil (2001) e Necessidades falsas (2005).