Descrição
Tradução de Fabrício Corsaletti e Samuel Titan Jr.
Fotografias de Horacio Coppola
Projeto gráfico de Raul Loureiro
Edição bilíngue espanhol-português
Personagem central das vanguardas latino-americanas, o argentino Oliverio Girondo (1891-1967) é ainda mal conhecido no Brasil. Uma injustiça, e não apenas porque Girondo é um poeta de escrita singular e saborosa, mas também porque seu percurso guarda muitos pontos em comum com o Modernismo brasileiro e seus protagonistas, em especial com Oswald de Andrade. Com esta primeira tradução integral de
20 poemas para ler no bonde, livro de estreia de Girondo, o leitor brasileiro tem a ocasião de travar contato com uma figura de proa das vanguardas na margem de lá do Rio da Prata.
Nascido em Buenos Aires, filho de pais abastados, Girondo desde cedo viveu entre a Argentina e a Europa. Vida fácil, mas não fútil, uma vez que o jovem Girondo foi estudiosamente tratando de absorver o melhor das muitas correntes poéticas e artísticas que eclodiram à altura da I Guerra Mundial. Ao sabor das andanças, leituras e epifanias, foi tomando forma o lirismo destes
20 poemas para ler no bonde, publicados na França em 1922 e na Argentina em 1925. Lirismo
globe-trotter, colhido em Buenos Aires, Paris ou Rio de Janeiro?-?a pé ou a bordo de um bonde. Lirismo
callejero, urbano, antecipando o Breton de Nadja, para quem só na rua se dão experiências dignas do nome. Lirismo de vanguarda, alegremente disposto ao gesto de rebeldia e de ruído: "nenhum preconceito mais ridículo que o preconceito do Sublime". Mas, sobretudo, lirismo inaugural: pelo desejo de começar de novo, de escrever sem o fardo do passado, pela vontade de ver o mundo a uma nova luz.
Essa soma de desejos, Girondo a perseguiria durante toda a vida, fosse nos poemas vanguardistas de
Calcomanías (1925) e
Espantapájaros (1932) ou nos breves membretes que estampava regularmente em
Martín Fierro (1924-1927), revista de vanguarda que ajudou a fundar e publicar, fosse num livro maduro como
Persuasión de los días (1942) ou na experimentação tardia e radical de
En la masmédula (1954).
Essa mesma ordem de ambições animou a obra fotográfica de Horacio Coppola (1906-2012). De modo análogo a Girondo, Coppola lançou sobre seu país natal um olhar nutrido por viagens europeias, no afã de capturar a vibração da Argentina da década de 1930. Sua obra-prima, o livro
Buenos Aires 1936, é fruto de uma síntese muito pessoal de vida e de geometria. Para celebrar essa convergência de espíritos, esta edição de
20 poemas para ler no bonde é ilustrada por 22 fotografias de Coppola, tiradas em Berlim, Paris, Rio de Janeiro e, é claro, Buenos Aires.
Sobre o autor
Oliverio Girondo nasceu em Buenos Aires, em 1891. Cresceu na capital argentina, mas fez parte dos estudos na Inglaterra e na França e, já estudante de Direito em Buenos Aires, viajou regularmente à Europa, onde travou contato com as vanguardas artísticas por intermédio de Jules Supervielle e Ramón Gómez de la Serna. Desses contatos e viagens nasceu o seu primeiro livro,
20 poemas para ler en el tranvia, publicado na França em 1922. De volta a Buenos Aires em 1924, participou da fundação da revista
Martín Fierro (1924-1927), concebida como órgão das vanguardas em âmbito hispano-americano. Escritor consagrado, publicou diversos livros de poesia, como
Calcomanías (1925),
Espantapájaros (1932),
Persuasión de los días (1942) e
En la masmédula (1954). Debilitado por um acidente, faleceu em Buenos Aires em 1967.
Sobre os tradutores
Fabrício Corsaletti nasceu em Santo Anastácio, interior de São Paulo, em 1978, e desde 1997 vive na capital do estado. Em 2007 publicou o volume
Estudos para o seu corpo, que reúne seus quatro primeiros livros de poesia:
Movediço (2001),
O sobrevivente (2003) e os então inéditos História das demolições e
Estudos para o seu corpo. Também é autor dos contos de
King Kong e cervejas (2008), da novela
Golpe de ar (2009), dos poemas de
Esquimó (2010, prêmio Bravo! 2011) e de
Quadras paulistanas (2013), além dos livros infantis
Zoo (2005),
Zoo zureta (2010) e
Zoo zoado (2014). Desde 2010 é colunista da revista
sãopaulo, do jornal
Folha de S. Paulo.
Samuel Titan Jr. nasceu em Belém, em 1970. Estudou filosofia na Universidade de São Paulo, onde leciona Teoria Literária e Literatura Comparada desde 2005. Editor e tradutor, assinou versões para o português de autores como Erich Auerbach (
Ensaios de literatura ocidental, 2007, com José Marcos Macedo), Adolfo Bioy Casares (
A invenção de Morel, 2006), Michel Leiris (
O espelho da tauromaquia, 2001), Gustave Flaubert (
Três contos, 2004, em colaboração com Milton Hatoum) e Voltaire (
Cândido ou o otimismo, 2013).
Posição #5442 na lista de mais vendidos da Livraria 30porcento.
Dados Técnicos
Páginas: 112
Peso: 190g
ISBN: 9788573265651