Galiléia, livro de Ronaldo Correia de Brito

Galiléia

editora: ALFAGUARA
Vencedor do Prêmio São Paulo de Literatura
Alfaguara apresenta o primeiro romance do renomado contista, ?dramaturgo e roteirista de cinema Ronaldo Correia de Brito, uma das vozes mais originais da literatura brasileira atual
"Seu modo de construção é cinematográfico. Econômico, conciso, cortante, ele reúne os fragmentos da tradição oral e ergue uma catedral literária com os cacos da ruína sertaneja e da tragédia clássica." - O Estado de S.Paulo
Três primos atravessam o sertão cearense para visitar o avô Raimundo Caetano, patriarca de uma família numerosa e decadente ... [Leia mais]
R$ 67,00
preço de capa: R$ 79,90
economia de: R$ 12,90 (16%)
Frete Grátis
para pedidos acima de R$99,00 ou frete fixo de R$6,90 para todo o Brasil.
Parcele
sua compra em 3x de R$22,33 sem juros.
Apenas 1 em estoque.
Descrição
Vencedor do Prêmio São Paulo de Literatura
Alfaguara apresenta o primeiro romance do renomado contista, ?dramaturgo e roteirista de cinema Ronaldo Correia de Brito, uma das vozes mais originais da literatura brasileira atual
"Seu modo de construção é cinematográfico. Econômico, conciso, cortante, ele reúne os fragmentos da tradição oral e ergue uma catedral literária com os cacos da ruína sertaneja e da tragédia clássica." - O Estado de S.Paulo
Três primos atravessam o sertão cearense para visitar o avô Raimundo Caetano, patriarca de uma família numerosa e decadente que definha na sede da fazenda Galiléia. Ismael, Davi e Adonias passaram parte da infância ali, mas fizeram o possível para cortar seus laços com a terra de origem. Fazem parte de uma geração que largou o campo para nunca mais voltar. Foram viver no exterior, procuraram reconstruir a vida em Recife, em São Paulo, na Noruega.
O que espera os três primos ao final da viagem é uma volta radical a esta origem, a esta fazenda que um dia foi próspera, que oculta segredos e traições e "onde as pessoas se movem como nas tragédias". Por mais que os protagonistas tenham se distanciado da violência que ronda a família, voltarão a senti-la de perto, descobrindo que nunca escaparam - ou escaparão - ao destino que os cerca. Terão de se reencontrar com a família e seus fantasmas, e reviverhistórias de adultério, vingança e morte.
Nascido no mesmo sertão do Ceará onde está fincada a fazenda Galiléia, o contista, dramaturgo e roteirista Ronaldo Correia de Brito conhece profundamente o cenário escolhido para ambientar seu primeiro romance. "Tivemos um ciclo épico e de tragédias nesse vasto sertão cearense. Nada disso foi representado até o esgotamento, como o ciclo do faroeste americano, a conquista do Oeste. Cadê os nossos John Huston, John Ford, Roberto Leone? Glauber e os diretores do ciclo do cangaço fizeram uma leitura sobretudo do social. Os acontecimentos foram bem mais transcendentes. A nova geração de escritores prefere escrever sobre os dramas urbanos", observa o autor em entrevista sobre sua obra.
Ronaldo Correia de Brito não teme o rótulo de regionalista e se adianta às críticas: "O meu sertão é a paisagem através da qual eu interpreto o mundo, o de hoje, o globalizado, o que rompeu com as tradições. Interessa-me a decadência, a dissolução. Meus personagens migram, sofrem o embate com as outras culturas. Sei que tenho sido vítima de preconceitos pela escolha dessa paisagem", diz o escritor.
Para sua Galiléia, observa Ronaldo, convergem pessoas de todo o mundo. "Trato das questões do nosso tempo, os conflitos de cultura, as migrações, a dissolução da família tradicional. Jogo na mesa os conflitos insolúveis entre cidade e campo", explica ele. "Se você elabora uma personagem complexamente neurótica, feminista, com todos os anseios urbanos, e se você senta esta mulher numa cadeira de couro, olhando uma paisagem desolada do sertão, há quem enxergue apenas o cenário e três ou quatro substantivos locais. Embora essa mulher fale da mesma dor e da mesma solidão de uma negra americana do Harlem", compara o autor, herdeiro orgulhoso da tradição oral de sua terra.
"Acredito na supremacia da narrativa. As narrativas só perderão a função quando os homens perderem a fala, a audição e o dom de mentir. Costumo lembrar o quanto eram importantes os velhos narradores que tinham por única função na vida andar pelas casas interioranas, repassando conhecimentos que eles adquiriram e guardaram na memória. Acho que nenhum deles se perguntou algum dia sobre o valor do seu trabalho. Como também acredito que os aedos (artistas gregos que cantavam as epopéias) não se fizeram esta pergunta, enquanto fixavam o idioma, a mitologia e a épica grega", lembra Ronaldo, que explica também sua recorrente inspiração em passagens e personagens bíblicos:
"Aprendi a ler numa História Sagrada, que é uma seleta da Bíblia. Quando tinha sete anos, meu pai pediu que lesse em voz alta, para toda a família, um trecho da história de José do Egito. Foi a minha diplomação", conta ele, "Eu sou um cara religioso, embora não freqüente nenhuma igreja. Costumo rezar, como os antigos hebreus, como Jó, aos impropérios, brigando com Deus. O mundo sertanejo lembra o da Bíblia, sendo que Deus foi desterrado dele."

Dados Técnicos
Peso: 399g
ISBN: 9788560281589