Juan é intérprete e tradutor, como Luisa, com quem acabou de casar. Ouvir e contar é o seu ofício. Ouvir, para ele, é quase uma obsessão, como uma forma de fazer existir o que acontece. Mas devemos contar sempre o que ouvimos? Não é melhor, às vezes, calar, guardar segredo, para que o passado não permaneça presente? E não é melhor, às vezes, não ouvir, para não saber e, assim, nos proteger?
Foi ouvindo sem querer que ele descobriu que sua tia não morrera de morte natural, mas se suicidara. E que, antes dela, outra esposa de seu pai, cuja existência até então ignorava, também morr...
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