Ao trazer a morte da mãe para o centro deste relato, Noemi Jaffe, uma das principais vozes da literatura brasileira, expõe de forma brutal as feridas do luto e o que é possível fazer para vivê-lo.
Em fevereiro de 2020, aos 93 anos, falece Lili, sobrevivente do Holocausto, mãe de três filhas e viúva. Sua doença vinha se estendendo há tempos, mas isso não faz com que a dor de sua partida seja menor. A banalidade da causa, “uma infecção nos pés”, é confrontada com um sentimento de descrença. Como é possível que aquela que sempre esteve presente não exista mais?