E por falarem em intervenção,...

Descrição

A problemática em torno das questões sobre o ensino e a aprendizagem de línguas, seja materna ou estrangeira, assim como problemas de fracasso escolar, faz com que inquietações afetem todos os que, de uma forma ou outra, lidam com as contradições aí encerradas. Em resposta a essa situação, inúmeros são os trabalhos que se dedicam a fazer diagnósticos e intervenções em situações educacionais, as mais diversas, seja em espaços escolares, ou não, com o intuito de reverter, de alguma forma, práticas pedagógicas comuns nesses cenários. O fato é que, sobre essa problemática, não é possível estabilizações de nenhuma ordem, ou melhor dizendo, trata-se de uma situação que exige respostas que nos levam, inevitavelmente, a problematizar a(s) (im)possibilidade(s) de intervenção nesses cenários, brevemente mencionados aqui. Discutir (im)possibilidades de intervenção em qualquer cenário, educacional propriamente dito ou não, portanto, requer que (re)pensemos as incursões que fazemos em nossas instâncias de atuação; requer, sobretudo, refletir sobre a pesquisa que fazemos, levando em conta que uma pesquisa que se quer consistente não se apressaria em propor soluções para as ditas situações consideradas problemáticas. Ao contrário, uma pesquisa consistente, por sua vez, comporia com seu objeto de estudo, rarefazendo a dicotomia sujeito-objeto. Levaria, portanto, essa pesquisa uma postura ética a termo que primaria por considerar seus limites, ou seja, considerar que sobre seu objeto de estudo não seria possível tudo dizer. Essa postura exigiria de um pesquisador que ele se destituísse de sua posição narcísica, caracterizada por uma ânsia de soberania sobre seu objeto de estudo, para se colocar em uma posição de escuta, o que lhe permitiria, dentre outras coisas, sustentar uma relação não totalizante com seus postulados teóricos, que, via de regra, lhe são tão caros.