Advogados e Juízes na Literatura e na Sabedoria Popular (3 Volumes), livro de Alberto Sousa Lamy

Advogados e Juízes na Literatura e na Sabedoria Popular (3 Volumes)

editora: ALMEDINA
Advogados e Juizes na Literatura e na Sabedoria Popular e um estudo e compilacao das citacoes literarias encomiasticas e causticas, da poesia, fabula, romance, novela, conto e teatro, desde As Vespas (422 a.C), de ARISTOFANES, a actualidade, referentes aos Advogados e a Advocacia, aos Juizes e a Justica, ao Ministerio Publico, ao Juiz de Instrucao, ao Juri. Compreende, alem de recordacoes e anedotas da vida judicial, adagios, aforismos, apotegmas, axiomas, consideracoes humanisticas, definicoes mordazes, ditos curiosos, espirituais e historicos, epigramas, frases celebres e populares, locuc... [Leia mais]
Descrição
Advogados e Juizes na Literatura e na Sabedoria Popular e um estudo e compilacao das citacoes literarias encomiasticas e causticas, da poesia, fabula, romance, novela, conto e teatro, desde As Vespas (422 a.C), de ARISTOFANES, a actualidade, referentes aos Advogados e a Advocacia, aos Juizes e a Justica, ao Ministerio Publico, ao Juiz de Instrucao, ao Juri. Compreende, alem de recordacoes e anedotas da vida judicial, adagios, aforismos, apotegmas, axiomas, consideracoes humanisticas, definicoes mordazes, ditos curiosos, espirituais e historicos, epigramas, frases celebres e populares, locucoes, maximas, pensamentos, proverbios, paradoxos, reflexoes, sarcasmos, sentencas, textos e vocabulos. Relacionam-se os Advogados e Juizes escritores, as obras literarias mais conhecidas sobre a Advocacia, a Justica e o Ministerio Publico, e os Personagens (Advogados, Juizes e Ministerio Publico) celebres da Historia da Literatura. PREFACIO Em data que a memoria fugidia nao ajuda a confirmar, porventura em meses finais de mandato de Bastonario, o Alberto Sousa Lamy honrou-me com o convite para prefaciar a sua obra «Advogados e Juizes na Literatura e na Sabedoria Popular». Assumi o compromisso com temeridade. O tempo, viscoso, decorreu e a voragem de um interregno na minha vida de Advogado, fazia emergir quantas vezes em noites mal dormidas o sentimento de culpa por tardar no cumprimento da obrigacao. Prefaciar e uma arte dificil, e a obra de Alberto Sousa Lamy e surpreendente e cheia de ineditismo. Nao tem genero; nao e uma enciclopedia, mas contem saber enciclopedico; nao e memoria de aforismos, mas reproduz sabedoria popular; nao e critica literaria mas e saber literario; e referencia a tragedia, a drama e a comedia; e retrato de grandeza humana e o oposto tambem, historia geral da infamia, com matriz de conto de Jorge Luis Borges. Contem os tracos e os indicios de percursos de Biblioteca, mas tambem da vida dos homens. Permite-nos antever o autor, bibliofilo, anotador, viageiro, observador curioso, quantas vezes ceptico e ironico, para com a profissao e o teatro judiciario que abracou, que abracamos, como destino das nossas vidas. Advogados, manobradores da escrita e da fala, como navalhas em arte de finta. Juizes como senhores do mais absoluto dos poderes: o de decidir o destino individual daqueles que por ma-sorte ou culpa tem lugar no banco dos acusados. Na obra de Sousa Lamy transparece, como pano de fundo, o volteio de Valores, que anima todos aqueles que carregam como pedra de Sisifo, a ansia pela construcao de Justica e a busca da Verdade. Mas revela tambem a cesta dos vicios, da ganancia, da negligencia, da violencia, da falcatrua e da mentira, que nos transporta aos diversos patamares do Inferno de Dante. A obra de Sousa Lamy lembrou-me um dos mais sabios responsos, que na minha infancia ouvi a velho mestre de pesca as trutas, nas serranias da Peneda: «Menino, Deus Nosso Senhor nos livre das becas dos magistrados, das togas dos advogados e das correias militares!». Que sabemos hoje mais para alem deste dito? Que ele revela sentimento atavico de desconfianca e temor que os simples carregam, quando os acasos da vida forcam a sofrer os constrangimentos impostos pelos mais fortes, ou os poderes do Estado impoem servidoes e sofrimento. Que sabemos nos acerca da infelicidade que usualmente percorre o teatro judiciario? Que estamos no nosso labirinto, que os filhos dos nossos filhos continuarao a percorrer, tentando construir memorias de exemplos e de talentos numa obra que nao tem fim e que continuarao a escrever. Sem sermos capazes de responder bem a unica pergunta que verdadeiramente importa, formulada por Pilatos no Pretorio de Jerusalem. Nos que crucificamos todos os dias o «Filho do Homem» a quem nao e encontrada qualquer culpa. A obra de Alberto de Sousa Lamy e em suma, um repertorio de testemunhos de tragedias e dramas da Vida Humana, e da pretensao a podermos ajuizar sobre ela. Ficaram as marcas dessa pretensao, deixadas por alguns mais ilustres, e de maior talento, que por ditos e por feitos, deles quisemos fazer exemplos. Mas e tambem referencia ao doce sabor do riso e ao dito de espirito, que irmana no contentamento a convivencia humana e que compensa a amargura da existencia. Quantas vezes o humor ajuda a construir a Justica! Sao esses exemplos que o tombo de Sousa Lamy nos traz, e que servira porventura de guiao a geracoes de Advogados e Magistrados. Que o iremos seguramente citar, em escritos forenses, em referencias que trazem saber de experiencia de pacificacao, arrefecendo as paixoes que animam as querelas entre os Homens. Mas tambem, em evidencias de estoicismo e de coragem. Encontraremos sempre esses exemplos e os que ilustram a visao tolerante que ajuda a construir a virtude da Fraternidade. Creio que estamos todos, advogados e juizes portugueses, agradecidos ao Alberto de Sousa Lamy, por ter escrito este livro. Nao so por esse feito, mas pela vida dele podermos apontar exemplo. Lisboa, Julho de 2001. Julio de Castro Caldas

Dados Técnicos
Peso: 2040g
ISBN: 9789729503634