Natureza A Margem Da Lei, A, livro de François Ost

Natureza A Margem Da Lei, A

Ano: 1997
Paginas:400
Depois de Galileu, Bacon e Descartes, o homem moderno não se cansou de transformar a natureza, em beneficio da "supranatureza", do artefacto. Francois Ost mostra como a concepção do homem "dono e senhor da natureza", se inscreve até mesmo no código civil. As definições adquiridas do direito de propriedade interditam-nos de pensar, de maneira adequada, as noções do recurso ambiental ou de património comum. É preciso, portanto, repensar quer o direito, quer a natureza. Estamos em presença de uma verdadeira crise ecológica, a desflorestação e a destruição sistem... [Leia mais]
Descrição
Ano: 1997
Paginas:400
Depois de Galileu, Bacon e Descartes, o homem moderno não se cansou de transformar a natureza, em beneficio da "supranatureza", do artefacto. Francois Ost mostra como a concepção do homem "dono e senhor da natureza", se inscreve até mesmo no código civil. As definições adquiridas do direito de propriedade interditam-nos de pensar, de maneira adequada, as noções do recurso ambiental ou de património comum. É preciso, portanto, repensar quer o direito, quer a natureza. Estamos em presença de uma verdadeira crise ecológica, a desflorestação e a destruição sistemática das espécies animais, mas, antes de mais e sobretudo, a crise da nossa representação da natureza, a crise da nossa relação com ela. Crise, simultaneamente, do vínculo e do limite: uma crise de paradigma. Crise de vínculo: já não conseguimos discernir o que nos liga ao animal, ao que tem vida, à natureza. Crise do limite: já não conseguimos discernir o que dela nos distingue. Este livro aborda a crise ecológica sob o ângulo ético e jurídico. Enquanto não for repensada a nossa relação com a natureza e enquanto não formos capazes de descobrir o que dela nos distingue e o que a ela nos liga, os nossos esforços serão em vão, como o testemunha a tão relativa efectividade do direito ambiental e a tão modesta eficácia das políticas públicas neste domínio. François Ost refuta tanto as teses do humanismo abstracto à maneira de Luc Ferry, que não fornece os meios de pensar a complexidade das relações do homem-natureza, como as da "ecologia profunda", que se coíbe de toda a possibilidade de agir racionalmente, sacralizando a natureza. Ele denuncia, igualmente, as ilusões da regulamentação mercantil do ambiente e examina as questões de justiça ecológica, à luz da tradição filosófica, de Kant a Rawls e Hans Jonas. Para lá da natureza-objecto, manipulável, à mercê, e da natureza-sujeito intocável e sagrada, o autor defende uma natureza-projecto que inscreve o homem na complexidade das interacções com o seu meio e define uma ética da responsabilidade preocupada com o nosso futuro comum. No cruzamento entre a filosofia, a ecologia e o direito, esta obra informada e empenhada propõe novos fundamentos para uma política pública do ambiente.FRANCOIS OST, filósofo e jurista, é professor nas Facultés Universitaires, em Bruxelas, e é director do CEDRE (Centre d Étude du Droit de l Environement) e da Academia Européia da Teoria do Direito.

Dados Técnicos
Peso: 560g
ISBN: 9789728407247