Wesley Duke Lee: Um Salmão na Corrente Taciturna, livro de Cacilda Teixeira da Costa

Wesley Duke Lee: Um Salmão na Corrente Taciturna

editora: ALAMEDA
O artista

Wesley Duke Lee é uma das presenças mais expressivas da arte brasileira dos anos 1960 e 70. Liderou a criação do movimento chamado “Realismo Mágico” e realizou o primeiro happening do país, intitulado O Grande Espetáculo das Artes, no João Sebastião Bar, em 1963. Em seus ambientes e instalações, ele foi um dos pioneiros em introduzir noções como espaço, tempo e tecnologia em obras de arte. Marcou o meio artístico, ainda, com suas abordagens singulares do transcendente, das utopias políticas e da sexualidade. Com o lançamento do livro de Cacilda Teix... [Leia mais]
Descrição
O artista

Wesley Duke Lee é uma das presenças mais expressivas da arte brasileira dos anos 1960 e 70. Liderou a criação do movimento chamado “Realismo Mágico” e realizou o primeiro happening do país, intitulado O Grande Espetáculo das Artes, no João Sebastião Bar, em 1963. Em seus ambientes e instalações, ele foi um dos pioneiros em introduzir noções como espaço, tempo e tecnologia em obras de arte. Marcou o meio artístico, ainda, com suas abordagens singulares do transcendente, das utopias políticas e da sexualidade. Com o lançamento do livro de Cacilda Teixeira da Costa, Wesley Duke Lee, um salmão na corrente taciturna, e a abertura da exposição Wesley Duke Lee, duas séries inéditas dos anos 60, a obra do artista se coloca em evidência.

Mestre de José Resende, Carlos Fajardo, Luiz Paulo Baravelli e Frederico Nasser (fundadores da Escola Brasil), Wesley Duke Lee fundou, ao lado de Nelson Leirner e Geraldo de Barros, a Rx Gallery & Sons (1966-1967). O espaço abrigou a vanguarda da arte brasileira do período e foi fundado como uma reação ao mercado de arte. Funcionava como um “museu vivo”, um palco de experimentações e lançamento de novas idéias.

O livro

Wesley Duke Lee é a primeira monografia compreensiva sobre a vida e a obra do artista. Escrito pela historiadora da arte Cacilda Teixeira da Costa a partir de ampla documentação, levantada durante mais de vinte anos de pesquisa, o livro traz uma análise detalhada da trajetória de Wesley Duke Lee, que enfrentou tabus como a relação da arte com a sexualidade, a política das artes e os desafios do artista que critica o crítico. Enfoca, também, a partir da análise dos diários, a carga interior do artista e sua influência no processo criativo. Com reprodução primorosa de cerca de 80 obras e a apresentação de um panorama da vida, da atuação e da produção do artista, a publicação é uma referência para o conhecimento e o estudo sobre um dos maiores artistas brasileiros e para a reflexão sobre arte contemporânea.

A exposição

A mostra apresenta duas séries de desenhos realizadas por Wesley Duke Lee na década de 1960 e ainda inéditas: o álbum A história da moça que atravessou o espelho (1964) e a série Jean Harlow: a vida e a morte (1967). Significativamente, a escolha recaiu sobre séries de desenhos, pois embora sua obra se construa por meio de técnicas diversas que vão da têmpera medieval à computação gráfica, passando pela pintura a óleo, acrílica e por técnicas mistas, ambientes e instalações, é no desenho que se estabelece a conexão profunda entre todos os meios e temas.

Duas séries inéditas

A história da moça que atravessou o espelho, 1964


O espelho é um tema caro a Wesley Duke Lee, que realizou diversas pinturas, desenhos e gravuras com esse assunto, usando-o para ver-se e desvendar-se a área da sexualidade e erotismo. Em seus espelhos é sempre o jogo das imagens refletindo-se sob diferentes prismas que constitui o ponto de partida, mas o tema conduz também a sentidos sutis, de “passagem de mundos” e visões de uma realidade interior, perceptíveis nessa série. No despojamento de um traço de carvão sobre papel, técnica utilizada nessa série, Wesley aproxima-se da sensação e dos mistérios do prazer, do gozo e da passagem do espaço externo para a interioridade. O grupo de oito desenhos constitui um só trabalho, relativo a um mesmo momento – de “atravessar o espelho” – relacionado tanto ao orgasmo quanto à morte e ao entrar em si mesmo.

Jean Harlow: a vida e a morte, 1967
Esta série de 30 desenhos tem como mote cenas da vida da atriz de cinema Jean Harlow. Wesley, impressionado pela morte trágica e prematura da atriz, exprime esses sentimentos ambíguos, entre erotismo e morte, numa série de desenhos copiados a nanquim ou sépia de uma revista em quadrinhos. Nas 30 pranchas da série, o artista justapõe a essas cenas desenhos que se referem aos mistérios do feminino, da sedução e da ternura em conjunções intimistas, misteriosas e livres. O artista vasculhou ambientes, espelhos e adereços – os véus, o delicado vestido rosa, plumas e pérolas de luxúria. Os numerais, os títulos extensos e os textos manuscritos que complementam os desenhos acentuam o sentido de reflexão vivencial e de intensa perplexidade diante do drama que lhes dá origem.

Sumário

Índice

Introdução

Formação e influências remotas

Aprendizado com Plattner, a questão do Abstracionismo e a figuração e o primeiro momento na Europa

Primeiras expressões de uma mitologia pessoal

Relacionamento inicial com a crítica e o mercado de arte

Professor e mestre, a relação de Wesley com seus contemporâneos e influência formadora

Afirmação da produção artística: primeira metade da década de 1960

Aspectos relevantes da vida pública: Grupo Phases, Exposição na Galeria Atrium e 8a Bienal de Tóquio

Criação da Rex Gallery & Sons e continuidade da obra Apêndice – texto integral de Aviso: Rex Kaput 123

Ambientações

Novas prospecções da realidade, crises e desafios

Distanciamento reflexivo, pesquisa e vivência de meios alternativos e recorrência a procedimentos tradicionais (1979 a 1991)

Relação de obras citadas

Bibliografia

Dados Técnicos
Peso: 880g
ISBN: 9788598325101