Revista discurso 39

Descrição

Considerada uma das mais respeitadas revistas de filosofia do Brasil, a Revista discurso – órgão oficial do Departamento de Filosofia da USP –, traz em sua 39ª edição uma gama variada de textos. A revista propõe-se a veicular não apenas a produção teórica de seu corpo docente, mas também as mais diversas manifestações de reflexão sobre a cultura, sem distinguir correntes ideológicas, linhas filosóficas ou áreas do saber. Nela, Professores de filosofia brasileiros e estrangeiros se debruçam sobre os mais variados temas e assuntos. Os textos, que agradam a iniciados e não iniciados nos assuntos filosóficos, unem rigor e leveza num único espaço.

A exposição do corpo vem à tona no artigo “Como o nu apareceu na pintura”, assinado pelo francês Jean Galard, um dos destaques da edição. O ensaio investiga a origem da nudez nas artes plásticas, suas interpretações e significados em diferentes contextos históricos e culturais, citando exemplos do acervo do museu do Louvre, de Paris, do qual o autor foi diretor do Departamento Cultural.

“O nu é o tema artístico por excelência: motivo de fervor, oportunidade de entusiasmo e, às vezes, em certos casos cruamente realistas, sujeito à compaixão, objeto de repulsa fascinada, símbolo de obscenidade”, escreve. Ex-professor da USP, Galard busca responder como foi possível superar esse descrédito do corpo humano e quais foram as etapas, na história da arte e da sociedade ocidental, para que o nu passasse a representar, entre tantas outras possibilidades, o belo.

A publicação traz ainda nota de autoria de Eduardo Tuffani pelos cem anos do ensino superior de Filosofia no Brasil. Já a dupla José N. R. Chiappin e Ana Carolina Leister escreveu um artigo sobre a reconstrução do programa de pesquisa do racionalismo clássico.

Outros temas intrigantes trazem sabor à leitura: a relação dicotômica entre Descartes e Kant, a República de Platão e o nominalismo de David Hume. No final, quatro poemas do professor emérito da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP Ruy Fausto fazem o contraponto aos ensaios. Os últimos dois, “Cantiga do Desamor” e “A Friday Date”, têm até mesmo um tom romântico.

Sumário

“Como o nu apareceu na pintura” (Jean Galard)

“Representação e ceticismo” (Roberto Horácio de Sá Pereira)

“Soberania e República em Jean Bodin” (Alberto Ribeiro G. de Barros)

“O modelo de convivência: contrato social e Estado na política de Pufendorf” (Luiz Felipe Netto de Andrade e Silva Sahd)

“A reconstrução racional do programa de pesquisa de racionalismo clássico sob a perspectiva da abordagem de solução de problemas” (José N. R. Chiappin e Ana Carolina Leister)

“O estatuto do simples e a questão do real: o horizonte nominalista de David Hume” (Monica Loyola Stival)

“Descartes em Kant” (Luciano Codato)

“O ego e o outro: sobre a crítica de Husserl ao cogito cartesiano” (Marco Antonio Valentim)

“Nostalgia de unidade: uma intersecção entre a psicanálise, a filosofia e a literatura” (Rita Paiva)

“A lógica do engajamento: literatura e metafísica em Sartre” (Luiz Damon Santos Moutinho)

“Nota pelos cem anos do ensino superior de Filosofia no Brasil (1908-2008)” (Eduardo Tuffani)

Quatro poemas de Ruy Fausto