Descrição
A arte, os movimentos que envolvem sua criação, seus limites e seu suposto fim e o papel do
julgamento e da subjetividade diante de uma manifestação artística são preocupações que
atravessaram séculos e fronteiras e ainda instigam todas as reflexões sobre a produção
contemporânea ou nas grandes obras ocidentais de todos os tempos. No entanto, foi somente na
passagem do século XVIII para o XIX, num momento marcado por uma nova visão do homem, da
ciência e da razão, que Emanuel Kant e seguidores como Fichte, Schelling e Hegel conquistaram
autonomia e abrangência para a estética. “Arte e Filosofia no Idealismo Alemão”, lançado pela
Editora Barcarolla neste mês, busca localizar o "contexto multifacetado de influências e afluências"
que caracterizaram o movimento, colocando o leitor em contato com reflexões essenciais e
relevantes ainda hoje.
Os ensaios que compõem o livro foram originalmente escritos para palestras ministradas no
colóquio internacional "Estética no Idealismo Alemão", realizado no departamento de Filosofia da
Universidade de São Paulo (USP), em outubro de 2007. Em seu texto, Eduardo Brandão trabalha a
noção de idéia em Shopenhauer à luz da filosofia de Schelling. Como lembra o autor, embora
Shopenhauer não seja um integrante do idealismo, tem no movimento um referencial indispensável
para a compreensão de sua argumentação. A filosofia da arte em Schelling é tratada com foco no
monismo. Ubirajara Rancan de Azevedo Marques esmiúça a definição de gênio desenvolvida por
Kant em Crítica do Juízo (1790). A experiência estética em Kant e Shiller é o tema de Christian
Hamm.
Uma aproximação minuciosa entre Kant e Goethe é feita por Vinicius Figueiredo em sua análise de
Os Sofrimentos do Jovem Werther (1774). O romance também é tema central do ensaio de
Franklin Matos. Goethe, visto como um ícone fundamental deste período por concretizar na
literatura a problemática idealista, é ainda colocado ao lado de Hegel como ponto de partida e de
chegada para a reflexão que Marco Aurélio Werle propõe para a busca da compreensão da
subjetividade artística.
Javier Domínguez Hernández parte da estética de Hegel aplicada à arte moderna como base ao
tratar de tópicos como a função histórica da arte, o conceito de formação ou educação, as relações
entre artista e público. "A Arte Moderna como Superação da Orientalidade e do Classicismo –
Hegel e o 'Fim da Arte'", é o título do ensaio de Klaus Vieweg.
Com este panorama, o livro não tem a ambição de esmiuçar sistematicamente todos os temas e
preocupações do idealismo alemão, mas pretende ser um meio para que o leitor possa
compreender e se aprofundar em alguns dos assuntos centrais que ocuparam o pensamento
daquele período.
Sobre os autores
Eduardo Brandão é professor doutor do Departamento de Filosofia da Universidade de São Paulo
(USP), onde obteve o título de doutor com a tese O Conceito de Matéria na Obra de
Schopenhauer.
Vinicius Berlendis de Figueiredo é professor doutor do Departamento de Filosofia da
Universidade Federal do Paraná (UFPR) e autor do livro Kant e a Crítica da Razão Pura pela Jorge
Zahar Editor.
Christian Viktor Hamm é professor doutor do Departamento de Filosofia da Universidade Federal
de Santa Maria (UFSM). Obteve seus títulos de mestre e doutor na Universität Hamburg, na
Alemanha.
Javier Domínguez Hernández é professor titular do Instituto de Filosofia da Universidade de
Antioquia (Medelin, Colômbia), doutor pela Universidade de Tübingen, na Alemanha, e autor do
livro Cultura del Juicio y Experiencia del Arte.
Hans Christian Klotz é professor doutor do Departamento de Filosofia da Universidade Federal de
Santa Maria (UFSM). É autor de Selbstbewusstsein und Praktisse Identitaet. Eine Untersuchung
ueber Fichtes Wissenschaftslehre Nova Method, pela editora Klostermann, de Frankfurt.
Ubirajara Rancan de Azevedo Marques é professor livre-docente do Departamento de Filosofia
da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP) e autor de A Escola Francesa
de Historiografia da Filosofia, pela Editora da UNESP.
Luiz Fernando Batista Franklin de Matos é professor titular do Departamento de Filosofia da
Universidade de São Paulo (USP) e autor de O Filósofo e o Comediante – Ensaios sobre Literatura
e Filosofia na Ilustração.
Klaus Vieweg é professor do Instituto de Filosofia da Universidade de Jena, na Alemanha,
publicou diversas obras sobre a filosofia alemã, entre elas o livro Philosophie des Remis – Der
Junge Hegel und das ´Gespenst des Skeptizismus`.
Marco Aurélio Werle é professor do Departamento de Filosofia da Universidade de São Paulo
(USP) e autor do livro A Poesia na Estética de Hegel, pela
Editora Humanitas.
Posição #31390 na lista de mais vendidos da Livraria 30porcento.
Dados Técnicos
Peso: 310g
ISBN: 9788598233352