Arte e filosofia no idealismo alemão, livro de Marco Aurélio Werle, Pedro Fernandes Galé (Orgs.)

Arte e filosofia no idealismo alemão

editora: BARCAROLLA
assunto:
A arte, os movimentos que envolvem sua criação, seus limites e seu suposto fim e o papel do julgamento e da subjetividade diante de uma manifestação artística são preocupações que atravessaram séculos e fronteiras e ainda instigam todas as reflexões sobre a produção contemporânea ou nas grandes obras ocidentais de todos os tempos. No entanto, foi somente na passagem do século XVIII para o XIX, num momento marcado por uma nova visão do homem, da ciência e da razão, que Emanuel Kant e seguidores como Fichte, Schelling e Hegel conquistaram autonomia e abrangência para a estética. “... [Leia mais]
Descrição
A arte, os movimentos que envolvem sua criação, seus limites e seu suposto fim e o papel do julgamento e da subjetividade diante de uma manifestação artística são preocupações que atravessaram séculos e fronteiras e ainda instigam todas as reflexões sobre a produção contemporânea ou nas grandes obras ocidentais de todos os tempos. No entanto, foi somente na passagem do século XVIII para o XIX, num momento marcado por uma nova visão do homem, da ciência e da razão, que Emanuel Kant e seguidores como Fichte, Schelling e Hegel conquistaram autonomia e abrangência para a estética. “Arte e Filosofia no Idealismo Alemão”, lançado pela Editora Barcarolla neste mês, busca localizar o "contexto multifacetado de influências e afluências" que caracterizaram o movimento, colocando o leitor em contato com reflexões essenciais e relevantes ainda hoje.

Os ensaios que compõem o livro foram originalmente escritos para palestras ministradas no colóquio internacional "Estética no Idealismo Alemão", realizado no departamento de Filosofia da Universidade de São Paulo (USP), em outubro de 2007. Em seu texto, Eduardo Brandão trabalha a noção de idéia em Shopenhauer à luz da filosofia de Schelling. Como lembra o autor, embora Shopenhauer não seja um integrante do idealismo, tem no movimento um referencial indispensável para a compreensão de sua argumentação. A filosofia da arte em Schelling é tratada com foco no monismo. Ubirajara Rancan de Azevedo Marques esmiúça a definição de gênio desenvolvida por Kant em Crítica do Juízo (1790). A experiência estética em Kant e Shiller é o tema de Christian Hamm.

Uma aproximação minuciosa entre Kant e Goethe é feita por Vinicius Figueiredo em sua análise de Os Sofrimentos do Jovem Werther (1774). O romance também é tema central do ensaio de Franklin Matos. Goethe, visto como um ícone fundamental deste período por concretizar na literatura a problemática idealista, é ainda colocado ao lado de Hegel como ponto de partida e de chegada para a reflexão que Marco Aurélio Werle propõe para a busca da compreensão da subjetividade artística.

Javier Domínguez Hernández parte da estética de Hegel aplicada à arte moderna como base ao tratar de tópicos como a função histórica da arte, o conceito de formação ou educação, as relações entre artista e público. "A Arte Moderna como Superação da Orientalidade e do Classicismo – Hegel e o 'Fim da Arte'", é o título do ensaio de Klaus Vieweg.

Com este panorama, o livro não tem a ambição de esmiuçar sistematicamente todos os temas e preocupações do idealismo alemão, mas pretende ser um meio para que o leitor possa compreender e se aprofundar em alguns dos assuntos centrais que ocuparam o pensamento daquele período.

Sobre os autores

Eduardo Brandão é professor doutor do Departamento de Filosofia da Universidade de São Paulo (USP), onde obteve o título de doutor com a tese O Conceito de Matéria na Obra de Schopenhauer.

Vinicius Berlendis de Figueiredo é professor doutor do Departamento de Filosofia da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e autor do livro Kant e a Crítica da Razão Pura pela Jorge Zahar Editor.

Christian Viktor Hamm é professor doutor do Departamento de Filosofia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Obteve seus títulos de mestre e doutor na Universität Hamburg, na Alemanha.

Javier Domínguez Hernández é professor titular do Instituto de Filosofia da Universidade de Antioquia (Medelin, Colômbia), doutor pela Universidade de Tübingen, na Alemanha, e autor do livro Cultura del Juicio y Experiencia del Arte.

Hans Christian Klotz é professor doutor do Departamento de Filosofia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). É autor de Selbstbewusstsein und Praktisse Identitaet. Eine Untersuchung ueber Fichtes Wissenschaftslehre Nova Method, pela editora Klostermann, de Frankfurt.

Ubirajara Rancan de Azevedo Marques é professor livre-docente do Departamento de Filosofia da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP) e autor de A Escola Francesa de Historiografia da Filosofia, pela Editora da UNESP.

Luiz Fernando Batista Franklin de Matos é professor titular do Departamento de Filosofia da Universidade de São Paulo (USP) e autor de O Filósofo e o Comediante – Ensaios sobre Literatura e Filosofia na Ilustração.

Klaus Vieweg é professor do Instituto de Filosofia da Universidade de Jena, na Alemanha, publicou diversas obras sobre a filosofia alemã, entre elas o livro Philosophie des Remis – Der Junge Hegel und das ´Gespenst des Skeptizismus`.

Marco Aurélio Werle é professor do Departamento de Filosofia da Universidade de São Paulo (USP) e autor do livro A Poesia na Estética de Hegel, pela Editora Humanitas.

Dados Técnicos
Peso: 310g
ISBN: 9788598233352