Descrição
O presidente que sabia javanês reúne crônicas de Carlos Heitor Cony e charges de Angeli publicadas na
Folha de S.Paulo entre 1994 e 2000, enfocando o governo de Fernando Henrique Cardoso. É um retrato lúcido e cáustico desse período de rápidas mudanças em que o país caiu em definitivo nas malhas da globalização e, segundo Cony, regrediu ao estágio de colônia.
Sem se prender a nenhum compromisso com pessoas ou grupos, Cony e Angeli partem do momento em que FHC é nomeado ministro da Fazenda pelo então presidente Itamar Franco, passando pelo lançamento do Plano Real e pela sua primeira eleição, tropeçando na reeleição e chegando até o mal-resolvido caso Eduardo Jorge. Graças à destreza da captura dos fatos pelos autores, o leitor tem um retrato em cores vivas e ácidas do que foi a Era FHC.
Cony disseca a personalidade política do ex-presidente, que sempre dizia e pregava o óbvio. Segundo Cony, FHC lembra aquele homem que sabia javanês do conto de Lima Barreto - daí a razão do título do livro. A história é a seguinte: precisavam de alguém que soubesse javanês; o cidadão apresentou-se e foi aceito. Como ninguém sabia javanês (inclusive ele), o tal cidadão ganhou fama e espaço na mídia. A única diferença entre Fernando Henrique Cardoso e o personagem do conto é que o homem que sabia javanês sabia que não sabia javanês. Já FHC acredita que sabe.
Angeli, por sua vez, é incisivo e vai direto ao ponto em suas charges, sem qualquer subterfúgios. Seu trabalho é duro, irônico e corrosivo. Desnuda o poder e aqueles que o detém. Angeli mostra com sagacidade que, para muitos, a política é mero instrumento para manter-se no poder.
Os trabalhos extremamente críticos dos dois autores foram concebidos separadamente, mas com pressupostos bastante semelhantes. Em conjunto, estampam diariamente a página 2 da
Folha de S. Paulo, onde escancaram a realidade como é de fato, sem amenidades ou delicadezas. O melhor dos dois é o que pode ser encontrado nesse
O presidente que sabia javanês.
Sobre os autoresArnaldo Angeli Filho nasceu em São Paulo, em 1956, e desde 1973 publica seus trabalhos na
Folha de S.Paulo. É autor da revista
Chiclete com banana e dos livros
República vou ver! (1983),
Rê Bordosa, a morte da porraloca (1987) e
FHC, biografia não-autorizada (1995), entre outros.
Carlos Heitor Cony nasceu no Rio de Janeiro, em 1926. É membro da Academia Brasileira de Letras, cronista da
Folha de S.Paulo e autor de vários romances, entre eles
O ventre (1958),
Quem matou Vargas (1974),
Quase memória (1995) e
Romance sem palavras (1999).
Posição #1489 na lista de mais vendidos da Livraria 30porcento.
Dados Técnicos
Peso: 370g
ISBN: 9788585934675