O Primo Basílio, livro de Eça de Queirós

O Primo Basílio

editora: ATELIE
Adotando a tópica consagrada por Flaubert em Madame Bovary, O Primo Basílio analisa um caso de adul­tério, com conseqüências fatais para a protagonista. Luísa é bem casada com o engenheiro Jorge, mas não resiste às fantasias sedutoras do primo Basílio. Ele encarna o tipo inconseqüente do Dom Juan, esperto o suficiente para desestabilizar a prima, entregue ao sonho de uma aventura que a pudesse aliviar da rotina caseira. Nesse sentido, a personagem é vítima da formação romântica e burguesa, traço que filia o romance à doutrina do Determinismo positivista.    Aproveitando a ausência de Jorge,... [Leia mais]
Descrição
Adotando a tópica consagrada por Flaubert em Madame Bovary, O Primo Basílio analisa um caso de adul­tério, com conseqüências fatais para a protagonista. Luísa é bem casada com o engenheiro Jorge, mas não resiste às fantasias sedutoras do primo Basílio. Ele encarna o tipo inconseqüente do Dom Juan, esperto o suficiente para desestabilizar a prima, entregue ao sonho de uma aventura que a pudesse aliviar da rotina caseira. Nesse sentido, a personagem é vítima da formação romântica e burguesa, traço que filia o romance à doutrina do Determinismo positivista.    Aproveitando a ausência de Jorge, que viajara a negócios, Basílio aluga um quarto barato, que ele desdenhosamente chama Paraíso, onde passa a encontrar sistematicamente com Luísa. Juliana, empregada doméstica humilhada por anos de serviço mal remunerado, descobre algumas cartas dos amantes e monta um esquema de chantagem. À medida que a empregada obtém algumas vantagens, Luísa vai adoecendo. Diante das dificuldades, Basílio foge para Paris. Jorge acaba por descobrir a traição, mas desculpa a esposa, que adoece e morre de desgosto e arrependimento. Além desse núcleo dramático, o romance apresenta uma interessante galeria de tipos sociais e psicológicos, entre os quais se destacam o Conselheiro Acácio e Dona Felicidade. Esta representa a solteirona insatisfeita e dominada pelos clichês de sua classe e de sua condição fisiológica; aquele simboliza o bacharelismo oficial e sem substância humana. O romance impressiona pelo vigor da sátira social. A arte de descrever ambientes e pessoas atinge nível surpreendente.Paulo Franchetti é professor titular no Departamento de Teoria Literária da Unicamp e presidente da editora da mesma universidade. Escreveu, entre outros, Estudos de Literatura Brasileira e Portuguesa. Seu livro de haicais, Oeste, representa uma das mais admiráveis experiências na recente poesia brasileira. Para a coleção Clássicos Ateliê organizou também Iracema, A Cidade e as Serras e Dom Casmurro, todos em parceria com Leila Guenther.

Dados Técnicos
Peso: 420g
ISBN: 9788585851392