A Cultura da Juventude de 1950 a 1970, livro de Waldenyr Caldas

A Cultura da Juventude de 1950 a 1970

editora: MUSA
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A tese de fundo deste livro de Waldenyr Caldas é clara: as culturas juvenis nascem em um determinado período histórico da cultura ocidental. Este momento surge em um contexto – algumas áreas metropolitanas – no qual se libera um tipo de sensibilidade conexo à música. As conexões entre metrópole, música e jovens caracterizam a sensibilidade corpórea de uma maneira antes impensável, porquanto subverte as tradicionais distinções de classes rigidamente dicotômicas: aristocracia e burguesia de um lado, e classes populares (camponesas, operárias e empregados) de outro. Em termos, este tipo de mús... [Leia mais]
Descrição
A tese de fundo deste livro de Waldenyr Caldas é clara: as culturas juvenis nascem em um determinado período histórico da cultura ocidental. Este momento surge em um contexto – algumas áreas metropolitanas – no qual se libera um tipo de sensibilidade conexo à música. As conexões entre metrópole, música e jovens caracterizam a sensibilidade corpórea de uma maneira antes impensável, porquanto subverte as tradicionais distinções de classes rigidamente dicotômicas: aristocracia e burguesia de um lado, e classes populares (camponesas, operárias e empregados) de outro. Em termos, este tipo de música da juventude não é classista, mas transclassista: no sentido que favorece o trânsito e os cruzamentos culturais para além da velha estratificação de classe. Não apenas isso, mas também as dicotomias racistas que discriminavam radicalmente brancos e negros – isto é, os descendentes wasp dos afro-americanos – não funcionavam mais; assim como a outra grande distinção entre cidade e campo na qual se baseava no início o conceito de modernidade.

Nesse sentido, o rock’n’roll é transitivo no tocante às três clássicas dicotomias modernas: classista, racista, cidade-campo; enquanto radicalizava em termos conflituais a quarta dicotomia: aquela geracional.

Esta música, além disso, já nasce sob a égide dos mass-media na esfera do consumo em uma sociedade que era baseada na produção: e os jovens – nascidos historicamente nos anos 50 – não só não trabalham (enquanto se consolida a escola pública) mas consomem também; enquanto isso os pais, passavam diretamente da adolescência ao trabalho ou à guerra, e tinham como objetivo apenas a produção. Nasce aqui o ressentimento adulto contra o universo juvenil diferente do tradicional que não só era externo a uma ética e a uma política baseada no trabalho, mas consumia e exprimia uma corporeidade perturbadora da ordem existente. E, então, as ciências sociais e a moral de qualquer procedência política seriam endereçadas contra o consumo musical e a “degeneração” juvenil.

Dados Técnicos
Peso: 452g
ISBN: 9788585653965