Apontamentos de história sobrenatural, livro de Mario Quintana

Apontamentos de história sobrenatural

editora: ALFAGUARA
Apontamentos de história sobrenatural ocupa lugar marcante na trajetória de Mario Quintana. Com este livro, publicado originalmente em 1976, quando o poeta completava 70 anos de idade, ele saía de um jejum que já durava dez anos. E ressurgia em plena forma, em clave de maturidade. A lira de Quintana parecia distender-se, ampliar-se, embora ele mesmo dissesse — “fui sempre eu mesmo”. O poeta era um septuagenário jovem, e o livro calou fundo na geração que então surgia. Na mesma década de 70, junto com estes Apontamentos de poesia pura, Quintana lançou as prosas de Caderno H (1973) e A vac... [Leia mais]
Descrição
Apontamentos de história sobrenatural ocupa lugar marcante na trajetória de Mario Quintana. Com este livro, publicado originalmente em 1976, quando o poeta completava 70 anos de idade, ele saía de um jejum que já durava dez anos. E ressurgia em plena forma, em clave de maturidade. A lira de Quintana parecia distender-se, ampliar-se, embora ele mesmo dissesse — “fui sempre eu mesmo”. O poeta era um septuagenário jovem, e o livro calou fundo na geração que então surgia. Na mesma década de 70, junto com estes Apontamentos de poesia pura, Quintana lançou as prosas de Caderno H (1973) e A vaca e o hipogrifo (1977). Eis aí o núcleo da obra, que o consagrou definitivamente como poeta e cronista maior da literatura brasileira do século XX.

Apontamentos de história sobrenatural marcou o retorno de Mario Quintana à publicação de poesia em verso depois de dez anos sem lançar uma obra inédita. Seu status de poeta maior do nosso modernismo já estava selado desde a Antologia Poética organizada em 1966 por Paulo Mendes Campos e Rubem Braga. A lira tão porto-alegrense de Quintana já tinha virado patrimônio nacional. Tal ampliação de horizonte de expectativa reflete-se claramente em Apontamentos. O poeta reaparece em 1976 mais livre, mais senhor de si e das formas do poetar moderno.

Os temas se diversificam, aprofunda-se a mescla entre emoção, cotidianidade e melancolia, num conjunto estruturado com rigor. A nostalgia de uma pureza da infância e do arrabalde, a constatação elegíaca da passagem do tempo, a presença constante da morte e da regeneração — eis algumas linhas fortes no livro, cultuado nos anos 1970, junto com Caderno H e A vaca e o hipogrifo. Os poetas de então, pertencentes ou afins à tribo “marginal”, identificaram em Quintana o tipo de linguagem que admiravam nos primeiros modernistas. Também os novos prosadores dos anos 1970 não deixaram de inspirar-se na obra do poeta.

Sobre o autor Mario Quintana nasceu em 1906 na cidade de Alegrete (RS). Terminou seus estudos no Colégio Militar de Porto Alegre e aos 18 anos começou a trabalhar na Livraria do Globo. A partir dos anos 1930, vive do jornalismo e de traduções. Seus livros se sucedem: A rua dos Cataventos (1940), Canções (1946), Sapato florido (1948), O aprendiz de feiticeiro (1950) e Espelho Mágico (1951), consagrando-o entre os grandes nomes da poesia brasileira.

Em 1962, sai o volume de suas Poesias completas e, em 1966, a Antologia de seus poemas organizada por Rubem Braga e Paulo Mendes Campos. Nos anos seguintes, publica livros marcantes, como Apontamentos de história sobrenatural (1976) e A vaca e o hipogrifo (1977). Em 1980, recebe o prêmio Machado de Assis da Academia Brasileira de Letras. Falece aos 88 anos, em 1994.

Sua obra é marcada por um terno lirismo, combinando intuição e reflexão, aliando poesia e crônica, buscando o sublime via prosa do mundo. Poesia universal, para saber de cor.

Dados Técnicos
Peso: 325g
ISBN: 9788579621444