Sagarana - O Brasil de Guimarães Rosa, livro de Nildo Maximo Benedetti

Sagarana - O Brasil de Guimarães Rosa

editora: HEDRA
Em Sagarana: o Brasil de Guimarães Rosa, o leitor de Sagarana (1946) encontrará análises de todos os seus contos: em busca de uma interpretação social, Nildo Maximo Benedetti empreendeu um estudo apurado, percebendo vínculos entre os contos e também entre estes e Grande sertão: veredas. Inspirado em leituras de Luiz Roncari sobre a obra de Guimarães Rosa, Nildo empenha-se por mostrar como uma representação do Brasil da Primeira República constitui o significado central de Sagarana.

O foco da análise é o texto da obra rosiana e é nele que o crítico se concentra com rigorosa discip... [Leia mais]
Descrição
Em Sagarana: o Brasil de Guimarães Rosa, o leitor de Sagarana (1946) encontrará análises de todos os seus contos: em busca de uma interpretação social, Nildo Maximo Benedetti empreendeu um estudo apurado, percebendo vínculos entre os contos e também entre estes e Grande sertão: veredas. Inspirado em leituras de Luiz Roncari sobre a obra de Guimarães Rosa, Nildo empenha-se por mostrar como uma representação do Brasil da Primeira República constitui o significado central de Sagarana.

O foco da análise é o texto da obra rosiana e é nele que o crítico se concentra com rigorosa disciplina, eximindo-se de emitir juízos sobre as ideias políticas e sociais que podem ser inferidas da obra. Em especial, o crítico aponta o sentido de violência, à medida que rastreia na obra vários tópicos relacionados à sociedade brasileira: a confusão entre público e privado, a estrutura familiar patriarcal, a inoperância ou ausência de instituições oficiais, a mistura de religiões e crenças. Assim, Nildo Benedetti depreende de Sagarana pontos de vista sobre o Brasil que se aproximam das teses do “pensamento social brasileiro” de Sérgio Buarque de Holanda, Paulo Prado, Oliveira Vianna, Gilberto Freyre e outros.

Se a vertente social move o olhar do crítico, também demandam espaço as dimensões psicológicas, existenciais e intertextuais que, articuladas às sociais, configuram a obra literária: daí as muitas referências no livro à mitologia grega, à Bíblia, a Aristóteles, Dante Alighieri, Sigmund Freud, Thomas Hobbes, Graça Aranha etc.

Constituindo o esforço analítico do autor, merecem destaque: o cotejo com Sezão, de 1937, versão inicial do livro (pertencente ao Instituto de Estudos Brasileiros, da USP), sob o pseudônimo Viator; a atenção voltada para a entrevista a Gunther Lorenz e para a correspondência do escritor com alguns de seus tradutores, o italiano Edoardo Bizzarri, o alemão Curt Meyer-Clason e a americana Harriet de Onís; o interesse por compreender os contos à luz das epígrafes escolhidas por Guimarães Rosa e das ilustrações de Poty.

Desse modo, em seu diálogo com o pensamento social brasileiro, com mitologias religiosas e com Sezão, o livro de Nildo Benedetti oferece vasto material para novas leituras dos contos de Guimarães Rosa.

Dados Técnicos
Peso: 460g
ISBN: 9788577151806