Bacantes, As

Descrição

As bacantes, representada pela primeira vez em 405 a.C., é uma das mais célebres tragédias de Eurípides. A população de Tebas, a começar pelo rei Penteu, é arredia aos cultos orientais do deus Dioniso que, ofendido, vai à cidade com o fim de se impor e punir sua insubmissão.

Além de sua excelência artística, trata-se de um dos principais testemunhos antigos sobre o menadismo, religião de origem oriental que está presente na Grécia desde o período micênico.

Segundo o helenista Jean Pierre Vernant, "Dioniso está presente quando o mundo estável dos objetos familiares, das figuras tranquilizadoras, oscila para se tornar um mundo de fantasmagorias onde o ilusório, o impossível, o absurdo tornam-se realidade."

Sobre o autor

Eurípides (Salamina, 480 a.C.--Pela, 406 a.C.) é o tragediógrafo grego de quem se conservou o maior número de peças, dezoito, segundo a maioria dos críticos.

No ano de 455 a.C. apresenta em concurso trágico uma trilogia de que fazia parte a tragédia Filhas de Pelias, conquistando o terceiro lugar. Consta que não obteve sucesso cedo. Vindo a vencer seu primeiro concurso trágico apenas em 440, não alcançou mais do que quatro vitórias nos seus restantes 34 anos de atividade. Com idade avançada, retira-se de Atenas para a corte do rei Arquelau, em Pela, na Macedônia, onde morreria dois anos depois. Teve três filhos, o mais jovem vindo a se tornar também poeta trágico. Arquelau construiu para Eurípides um túmulo no vale de Aretusa; mais tarde também foi homenageado em Atenas com uma estátua, ao lado das de Ésquilo e Sófocles, no teatro de Dioniso. Dentre suas peças com data de apresentação conhecidas contam-se Alceste (438), Medeia (431), Hipólito (428), As troianas (415), Helena (412), Orestes (408), Ifigênia em Áulis e As bacantes, representadas um ano depois de sua morte, em 405. Dentre aquelas com datação incerta estão Andrômaca, Hécuba, Eléctra, Heráclidas, Hércules furioso, As suplicantes, Ifigênia em Táuride, Íon e As fenícias.