Questões de Desenvolvimento Humano - Práticas e sentidos, livro de Ana Luiza Bustamante Smolka, Ana Lúcia Horta Nogueira (Orgs.)

Questões de Desenvolvimento Humano - Práticas e sentidos

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A coletânea que aqui se apresenta reúne textos de diversos pesquisadores que atuam no campo da educação e compartilham os pressupostos da perspectiva histórico-cultural do desenvolvimento humano. A proposta surgiu da demanda e da importância de se divulgar a produção mais recente de pesquisadores que participam, como integrantes ou colaboradores, do Grupo de Pesquisa Pensamento e Linguagem, da Faculdade de Educação da Unicamp.

O conjunto dos textos oferece aos leitores uma visão abrangente de temas e problemas que têm sido enfrentados no cotidiano da intervenção e da pesquisa e... [Leia mais]
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Descrição
A coletânea que aqui se apresenta reúne textos de diversos pesquisadores que atuam no campo da educação e compartilham os pressupostos da perspectiva histórico-cultural do desenvolvimento humano. A proposta surgiu da demanda e da importância de se divulgar a produção mais recente de pesquisadores que participam, como integrantes ou colaboradores, do Grupo de Pesquisa Pensamento e Linguagem, da Faculdade de Educação da Unicamp.

O conjunto dos textos oferece aos leitores uma visão abrangente de temas e problemas que têm sido enfrentados no cotidiano da intervenção e da pesquisa em educação. A publicação tem como objetivo apresentar alguns modos de investigar e conceber o desenvolvimento humano na diversidade das práticas cotidianas: relações de ensino na escola e fora dela, e outros contextos institucionais.Todos os trabalhos que compõem a coletânea foram apresentados em reuniões científicas e/ou estão relacionados a teses e dissertações já defendidas.

Apresentação

Se as autoras compartilham os pressupostos teóricos, nem por isso há homogeneidade nos modos de problematizar e investigar as temáticas. Os diferentes modos de aproximação e enfrentamento das questões mostram nuances e ênfases que resultam das posições singulares e das histórias de vida das pesquisadoras. É assim que elas discutem e aprofundam questões teóricas articuladas à análise de material empírico registrado em diferentes situações e momentos do desenvolvimento humano. Tomando como base os conceitos da perspectiva histórico-cultural, dialogam com diferentes interlocutores - Bachelard, Eagleton, Foucault, Pêcheux, Maingueneau, Bourdieu, Castel, Elias, Souza Santos, Gramsci, Tomasello, dentre outros -, de diversos campos do conhecimento, como Filosofia, Estudos da Linguagem, Sociologia, Antropologia, História.

Nos dois primeiros textos encontramos a instituição família problematizada. Laplane e Botega discutem o aspecto constitutivo da cultura no desenvolvimento humano, fazendo uma análise das práticas contemporâneas e enfocando particularmente as relações familiares. Realçam as práticas alimentares na dinâmica das relações familiares chamando atenção para os modos como essas relações e essas práticas marcam e constituem o desenvolvimento da criança.

As crianças no cotidiano de uma instituição tornam-se protagonistas no estudo de Cotta, que busca compreender como funciona a imaginação e como se mostra o imaginário na brincadeira de meninas órfãs institucionalizadas. A análise dessas brincadeiras evidencia como estas relações, presentes no imaginário social, não deixam de ser vivenciadas na criação imaginária, mesmo em situações de ruptura familiar e abrigamento institucional.

Os três textos seguintes, tematizam as relações de ensino no contexto escolar. Numa diversidade de situações vividas no interior da escola, Nogueira se propõe a investigar o estatuto do discurso e das normas nas relações de ensino, e como estas emergem, se estabilizam, se impõem e operam nessas relações. A fim de compreender os processos de apropriação das regras, de inter/auto-regulação pela palavra, propõe a análise do funcionamento discursivo de situações escolares, na qual destaca algumas maneiras de enlaçamento entre os enunciados escolares e o discurso das normas.

Circunscrevendo as relações de ensino como objeto de investigação, Andrade indaga sobre os modos de participação das crianças nessas relações e procura analisar os processos de elaboração conjunta do conhecimento em um projeto de ensino de ciências. Uma das questões que adquire relevo em seu texto concerne aos modos de aproximação do material empírico, e do que é possível enxergar, em termos teórico-metodológicos, em uma situação de pesquisa.

Smolka explora as relações entre ensinar e significar e discute o estatuto do signo nessas relações. Tomando como um ponto de partida o exemplo prototípico do gesto de apontar, problematiza a complexidade desse gesto, buscando analisar múltiplos sentidos que se condensam no gesto de ensinar. Com base em afirmações e argumentos de Vigotski, examina as muitas (não)coincidências na produção de sentidos, discutindo suas implicações nas relações de ensino.

O foco na formação e atuação de professoras articula os dois textos a seguir. Com o objetivo de compreender como os professores vivenciam o início na profissão docente, Anjos realiza entrevistas e analisa as falas de professoras que começaram a ensinar em diferentes décadas. Com base nas indagações e depoimentos de uma professora já em final de carreira, às portas da aposentadoria, problematiza o conceito amplamente divulgado de desenvolvimento profissional e aponta para a importância de se buscar outras formas de compreender e interpretar marcas e marcos na história dos sujeitos.

É sobre as tensões nas relações eu-outro, sobre as possibilidades de elaboração compartilhada da memória e de suas condições de produção que Braga discorre, ao analisar a narrativa de uma jovem professora que fala de sua formação e de sua experiência inicial para uma ex-professora. A autora dá visibilidade a algumas marcas na língua que evidenciam jogos de imagens, posições sociais, e permitem ressaltar a dialética identificação/oposição que se inscreve no discurso e nos sujeitos em interação.

Os dois últimos textos abordam as relações entre deficiência, discurso e produção de sentidos, e explicitam as tensões que permeiam as relações dos sujeitos na ambiência cultural. Ao trazer para discussão a questão da infância e da juventude marginalizadas, Kassar busca entender como se produzem os sentidos que circulam no discurso dos jovens. As análises de falas dos sujeitos sobre si refletem e refratam histórias das relações: entretecidas com os discursos da lei, das instituições, das políticas públicas, mostram as contradições que constituem e marcam a posição social desses jovens. Leme também enfoca o discurso de instituições e de sujeitos. Examina em seu texto o discurso das parcerias que se formam para a implementação de políticas públicas e o cumprimento da lei. Analisa a enunciação de pessoas com deficiência em busca de certificação e de trabalho. É nessa trama que ela procura situar políticas e práticas, ressaltando as contradições que permeiam os modos de participação dos sujeitos nas relações sociais de trabalho.

Com essa coletânea, que aborda questões de desenvolvimento humano articuladas às práticas sociais e à produção de sentidos, abre-se a série Desenvolvimento humano e práticas culturais. Os textos aqui reunidos trazem contribuições importantes aos estudos e debates em pauta e colocam-se assim, como um convite a outras interlocuções. É também no sentido de ampliação e intensificação do diálogo que são planejados outros volumes tematizando a emoção, memória e imaginação, a educação inclusiva, o trabalho docente, dentre outros.

Dados Técnicos
Peso: 370g
ISBN: 9788575911433