Os cangaceiros - Ensaio de interpretação histórica, livro de Luiz Bernardo Pericás

Os cangaceiros - Ensaio de interpretação histórica

editora: BOITEMPO
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O fenômeno do cangaço “independente”, que começou na segunda metade do século XIX e durou até cerca de 1940, tendo sido extensamente estudado por diversos autores. No entanto, boa parte destas obras é de caráter basicamente narrativo e por vezes, escrita em linguagem quase literária. O historiador Luiz Bernardo Pericás foi além da constatação desta lacuna bibliográfica. O resultado desse trabalho é agora publicado pela Boitempo no livro Os cangaceiros – ensaio de interpretação histórica, no qual analisa as bases históricas e a atuação dos grupos do cangaço, como aqueles chefiados por Antoni... [Leia mais]
Descrição
O fenômeno do cangaço “independente”, que começou na segunda metade do século XIX e durou até cerca de 1940, tendo sido extensamente estudado por diversos autores. No entanto, boa parte destas obras é de caráter basicamente narrativo e por vezes, escrita em linguagem quase literária. O historiador Luiz Bernardo Pericás foi além da constatação desta lacuna bibliográfica. O resultado desse trabalho é agora publicado pela Boitempo no livro Os cangaceiros – ensaio de interpretação histórica, no qual analisa as bases históricas e a atuação dos grupos do cangaço, como aqueles chefiados por Antonio Silvino, Sinhô Pereira, Corisco e Lampião.

Para o historiador João José Reis, "há tempos precisávamos de um livro que fizesse um balanço exaustivo do que se escreveu sobre este fascinante fenômeno social e cultural do Brasil no século passado. Luiz Bernardo Pericás revira uma vasta bibliografia sobre o cangaço para estabelecer uma certa ordem, e um método, na discussão e compreensão do mundo de Lampião e outros cangaceiros... O livro eleva a análise do cangaço a um patamar superior e serve como inspiração para se pensar outros tipos de banditismo, inclusive nos dias que correm".

O tema – já retratado de forma literária por autores como Graciliano Ramos e José Lins do Rego – é desenvolvido à luz de uma abordagem multidimensional, que toma a estrutura agrária sertaneja “como um forte elo entre a base econômica mais ampla e a superestrutura”, mas não se atém somente a uma interpretação economicista, investigando outros níveis para traçar um quadro complexo do banditismo rural nordestino.

Como aponta na orelha o também historiador Lincoln Secco, na história do Nordeste brasileiro “o cangaço apareceu como a forma pela qual se moviam as contradições típicas de uma sociedade formada por populações errantes, pobres e vitimadas pelo mandonismo local e marcada pela instabilidade”. Segundo Secco, “as vivas descrições geográficas revelam que o autor realmente percorreu o sertão nordestino”, relatando “os casos de violência, torturas, as relações amorosas, o cotidiano, o papel das mulheres e das crianças, a questão racial, os hábitos alimentares, as relações políticas, o coronelismo, as formas de combate, os armamentos e até as malogradas tentativas dos comunistas em dar uma direção programática para aquela forma de banditismo”.

Sobre o autor

Luiz Bernardo Pericás é formado em História pela George Washington University, doutor em História Econômica pela USP e pós-doutor em Ciência Política pela FLACSO (México). Foi Visiting Scholar na Universidade do Texas. É também autor de Che Guevara: a luta revolucionária na Bolívia (Xamã, 1997), Um andarilho das Américas (Elevação, 2000), Che Guevara and the Economic Debate in Cuba (Atropos, 2009) e Mystery Train (Brasiliense, 2007).

Dados Técnicos
Peso: 460g
ISBN: 9788575591611