Marx - Estatuto ontológico e resolução metodológica, livro de José Chasin

Marx - Estatuto ontológico e resolução metodológica

editora: BOITEMPO
assunto:
Em Marx: estatuto ontológico e resolução metodológica, J. Chasin, um dos grandes filósofos brasileiros, faz uma reflexão apurada sobre as conexões entre forma e conteúdo. A partir do legado marxiano, o autor busca reproduzir – pelo seu próprio interior – o trançado determinativo desses escritos, ao modo como o próprio Karl Marx os concebeu e expressou.

A obra surgiu originalmente como um posfácio ao livro de Francisco José Soares Teixeira, Pensando com Marx, mas ganhou autonomia enquanto uma apurada e inovadora tentativa de apontar para a insuficiência das interpretações usuais... [Leia mais]
Descrição
Em Marx: estatuto ontológico e resolução metodológica, J. Chasin, um dos grandes filósofos brasileiros, faz uma reflexão apurada sobre as conexões entre forma e conteúdo. A partir do legado marxiano, o autor busca reproduzir – pelo seu próprio interior – o trançado determinativo desses escritos, ao modo como o próprio Karl Marx os concebeu e expressou.

A obra surgiu originalmente como um posfácio ao livro de Francisco José Soares Teixeira, Pensando com Marx, mas ganhou autonomia enquanto uma apurada e inovadora tentativa de apontar para a insuficiência das interpretações usuais do tecido teórico em Marx e também, como consequência inexorável, em Georg Lukács, a quem Chasin dedica todo um capítulo na obra. O livro busca desnudar o aspecto constitutivo desses autores para vislumbrar seu legado e as perspectivas transformadoras inerentes às suas teorias. Para Chasin, a ontologia marxiana não é um sistema de verdades absolutas e abstratas, mas, antes de tudo, um estatuto teórico. É a aplicação da dialética materialista ao próprio Marx.

Nas palavras de Ester Vaisman e Antônio José Lopes Alves, que assinam a apresentação da obra, “Chasin dedicou sua vida ao programa de renascimento do marxismo e, assim, como no caso do filósofo húngaro [Georg Lukács], não se tratou nunca de um projeto intelectual como um fim em si mesmo, encerrado em seus limites hoje tão estreitos! Tratava-se, acima de tudo, de fazer a obra de Marx objeto de estudo rigoroso, com miras reais bem estabelecidas: compreender o mundo e visualizar as possíveis vias de sua transformação”.

Sobre o autor

José Chasin bacharelou-se em filosofia na USP, em 1962, e, ainda na década de 60, vinculou-se ao grupo de intelectuais liderado por Caio Prado Júnior, que se articulou a partir da Revista Brasiliense. Na luta contra a política de privatização da educação nacional, assumiu a vice-presidência da Campanha pela Defesa da Escola Pública, ao lado de Florestan Fernandes, então presidente. Criou, nesta época, a Editora Senzala, em São Paulo, pela qual publicou obras de pensadores marxistas, como Existencialismo ou Marxismo (1967) de G. Lukács. Sua carreira acadêmica se inicia em 1972, na Escola de Sociologia e Política de São Paulo, por onde apresentará, em dezembro de 1977, sua te- se de doutoramento O Integralismo de Plínio Salgado: forma de regressividade no capitalismo hipertardio. No mesmo ano fundou, juntamente com intelectuais como Nelson Werneck Sodré, a Revista Temas de Ciências Humanas. Demitido em fins de 1976 da Escola de Sociologia e Política, e encontrando fechadas as portas das universidades brasileiras, Chasin parte para Moçambique, a convite do governo daquele país, e ali, por dois anos, leciona na Universidade Eduardo Mondlane.

Retornando ao Brasil em 1980, assume a editoria da Revista Nova Escrita Ensaio, instalando-se em João Pessoa como professor do departamento de filosofia da UFPB. No centenário de Marx (1983), organiza evento com a presença de István Mészáros, cujas obras inéditas foram editadas pela Ensaio. Em 1986, se transfere para o departamento de filosofia da UFMG, onde cria, no mestrado, uma linha de pesquisa orientada aos estudos do pensamento filosófico marxiano. Formulador da teoria da via colonial de objetivação do capital no Brasil, suas reflexões sobre a realidade brasileira estão contidas na obra O Integralismo de Plínio Salgado: forma de regressividade no capitalismo hipertardio e A Miséria Brasileira – do golpe militar à crise social (1964-1994), e suas pesquisas sobre os lineamentos ontológicos do pensamento de Marx foram reunidas na obra A determinação ontonegativa da politicidade, publicada pela editora Ad Hominem. Além de clássicos como o Gil Blas de Le Sage, Os anos de aprendizagem de Wilhelm Meister de Goethe, e A juventude do Rei Henrique IV de Heinrich Mann, publicou o Pensamento Vivido – autobiografia em diálogo de G. Lukács. José Chasin faleceu em 1998, e entra para a história brasileira como um de seus pensadores mais originais.

Dados Técnicos
Peso: 410g
ISBN: 9788575591468