Auto-de-fé

Descrição

Tradução: Herbert Caro

Ápice literário de Elias Canetti (1905-1994), um dos principais escritores de língua alemã do século XX. Centrada nos temas do isolamento, fanatismo, destruição e autodestruição, a obra foi banida pelo nazismo e tratada por Thomas Mann como um livro à frente de seu tempo.

Peter Kien, o protagonista, é filólogo e sinólogo, grande conhecedor das línguas antigas, embora incapaz de penetrar os problemas contemporâneos. Ele próprio é proprietário da mais importante livraria privada de toda a sua grande cidade e leva consigo uma pequena porção dela aonde quer que vá. Temendo contatos físico e social, Kien desposa, entretanto, sua velha governanta, ignorante e mesquinha, que acaba por tirar-lhe tudo, auxiliada pelo proto-fascista Benedikt Pfaff. Kien mergulha, então, nas mais baixas camadas da sociedade e morre em uma apocalíptica auto-imolação, no meio de seus livros.

Sobre o autor

Um dos principais escritores de língua alemã do século XX, Elias Canetti nasceu em 1905, em Ruse, pequeno porto da Bulgária às margens do Danúbio, filho de pais judeus sefaraditas. Romancista, sociólogo e dramaturgo, construiu uma obra multifacetada - atravessada pela tensão entre tradição e modernidade, influências ocidentais e do Leste Europeu - cujo ponto de convergência foi sempre a condição do homem no século XX, esmagado pelas experiências trágicas do Holocausto e dos totalitarismos. O reconhecimento de sua contribuição viria em 1981, com o Prêmio Nobel de Literatura. Faleceu em 1994.