Viver excessivamente é a força motriz dos personagens de Silviano Santiago, nos contos reunidos neste volume. E em nome da felicidade mais completa, capaz de reunir em si prazer e dor, lançam-se ao mundo famintos, sem muitas paradas, sempre em viagem. Há um tanto de ironia e disfarce, nesses personagens, sem o objetivo de produzir enganos: eles apenas sabem que não podem contar com a compreensão do mundo e não precisam afrontá-lo. É um culto a Dioniso – o
inspirador deus grego do vinho, do teatro, do êxtase – vertido para o individualismo contemporâneo, com a clara consciência da f... [Leia mais]
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Viver excessivamente é a força motriz dos personagens de Silviano Santiago, nos contos reunidos neste volume. E em nome da felicidade mais completa, capaz de reunir em si prazer e dor, lançam-se ao mundo famintos, sem muitas paradas, sempre em viagem. Há um tanto de ironia e disfarce, nesses personagens, sem o objetivo de produzir enganos: eles apenas sabem que não podem contar com a compreensão do mundo e não precisam afrontá-lo. É um culto a Dioniso – o
inspirador deus grego do vinho, do teatro, do êxtase – vertido para o individualismo contemporâneo, com a clara consciência da finitude e dos limites impostos pelo corpo e pelo tempo. Se isso leva a relações fugazes, abandonos sem muita explicação, sensações de perda e a perdas reais, é porque tudo isso entra, em igual medida, ao lado das alegrias e das permanências, a composição da vida feliz e livre. Os personagens de Santiago podem até mesmo provocar ruínas. Não será, entretanto, pelas ruínas em si, como disse certa vez Walter Benjamin, mas pelo caminho que passa através delas.
Elvis Cesar Bonassa
Viver excessivamente é a força motriz dos personagens de Silviano Santiago, nos contos reunidos neste volume. E em nome da felicidade mais completa, capaz de reunir em si prazer e dor, lançam-se ao mundo famintos, sem muitas paradas, sempre em viagem. Há um tanto de ironia e disfarce, nesses personagens, sem o objetivo de produzir enganos: eles apenas sabem que não podem contar com a compreensão do mundo e não precisam afrontá-lo. É um culto a Dioniso – o
inspirador deus grego do vinho, do teatro, do êxtase – vertido para o individualismo contemporâneo, com a clara consciência da finitude e dos limites impostos pelo corpo e pelo tempo. Se isso leva a relações fugazes, abandonos sem muita explicação, sensações de perda e a perdas reais, é porque tudo isso entra, em igual medida, ao lado das alegrias e das permanências, a composição da vida feliz e livre. Os personagens de Santiago podem até mesmo provocar ruínas. Não será, entretanto, pelas ruínas em si, como disse certa vez Walter Benjamin, mas pelo caminho que passa através delas.
Elvis Cesar Bonassa