Gil Vicente – O Velho da Horta, Auto da Barca do Inferno, Farsa de Inês Pereira, livro de Gil Vicente

Gil Vicente – O Velho da Horta, Auto da Barca do Inferno, Farsa de Inês Pereira

editora: ATELIE
O núcleo dramático de O Velho da Horta consiste na encenação irônica da paixão de um velho por uma moça. Trata-se de uma paródia da linguagem poética e do tema do amor impossível das Cantigas de Amor, do Período Trovadoresco, e de suas derivações no Período Humanista, que seriam preservadas no Cancioneiro Geral (1516). O principal traço de humor da peça decorre do deslocamento da linguagem de corte para uma horta, donde resulta também o paradoxo caricato que se observa na presumível diferença física dos protagonistas. Não menos engenhoso, o Auto da Barca do Inferno contém a alegoria do j... [Leia mais]
Descrição
O núcleo dramático de O Velho da Horta consiste na encenação irônica da paixão de um velho por uma moça. Trata-se de uma paródia da linguagem poética e do tema do amor impossível das Cantigas de Amor, do Período Trovadoresco, e de suas derivações no Período Humanista, que seriam preservadas no Cancioneiro Geral (1516). O principal traço de humor da peça decorre do deslocamento da linguagem de corte para uma horta, donde resulta também o paradoxo caricato que se observa na presumível diferença física dos protagonistas. Não menos engenhoso, o Auto da Barca do Inferno contém a alegoria do julgamento das almas que não observaram os preceitos rígidos da moralidade católica, que então se via ameaçada pela nova teologia da Reforma. Gil Vicente ratifica a tradição da Igreja de Roma, fazendo os pecadores pagarem na eternidade as escolhas que fizeram na vida terrena. A Farsa de Inês Pereira é sobre a prudência, noção importante no repertório das cortes quinhentistas. Por não dominar essa técnica do comportamento cortês, Inês, uma pretensa dama, é punida com um casamento desastrado. Depois, diante de uma segunda chance, ela age com discrição e obtém um marido que lhe assegura estabilidade social e relativa felicidade. Como se não bastasse conter três obras-primas do teatro medieval da Península Ibérica, o presente volume oferece ainda as sábias lições de Segismundo Spina, cuja introdução e cujas notas, sintetizando o que de melhor se escreveu sobre Gil Vicente na segunda metade do século XX, permanecem como modelo de investigação histórica e objetividade crítica.Segismundo Spina é professor emérito da USP. Trata-se de um dos maiores professores da Faculdade de Letras dessa universidade, tendo sido responsável pela difusão do conhecimento objetivo das estruturas do poema e de seu ambiente de circulação. Sempre defendeu o estudo das poéticas e de suas relações com o repertório técnico e temático dos artistas. Nesse sentido, preparou o caminho para os ensaístas que, hoje, procuram valorizar a dimensão verossímil da história nos Estudos Literários. Escreveu, A Cultura Literária Medieval, Normas Gerais para os Trabalhos de Grau, Na Madrugada das Formas Poéticas, Os Lusíadas - Antologia e Manual de Versificação Românica Medieval, entre vários outros.

Dados Técnicos
Peso: 229g
ISBN: 9788574803579