Michelângelo - Cinquenta Poemas, livro de Michelangelo

Michelângelo - Cinquenta Poemas

editora: ATELIE
assunto:
Considerado um dos maiores gênios da humanidade em razão de sua obra pictórica e de suas esculturas, Michelangelo Buonarroti (1475-1564) encontrou na poesia um modo de dar vida àquilo que só as palavras podem expressar. É surpreendente que o autor da Pietà da Basílica de São Pedro e dos afrescos da Capela Sistina - duas obras-primas do Renascimento - tenha sido um poeta cujos versos conseguem atingir alturas dignas de Dante e Petrarca. Michelangelo - Cinqüenta Poemas representa, portanto, a oportunidade para se conhecer a dimensão verbal do trabalho desse autor que Arnold Hauser definiu com... [Leia mais]
Descrição
Considerado um dos maiores gênios da humanidade em razão de sua obra pictórica e de suas esculturas, Michelangelo Buonarroti (1475-1564) encontrou na poesia um modo de dar vida àquilo que só as palavras podem expressar. É surpreendente que o autor da Pietà da Basílica de São Pedro e dos afrescos da Capela Sistina - duas obras-primas do Renascimento - tenha sido um poeta cujos versos conseguem atingir alturas dignas de Dante e Petrarca. Michelangelo - Cinqüenta Poemas representa, portanto, a oportunidade para se conhecer a dimensão verbal do trabalho desse autor que Arnold Hauser definiu como "o primeiro artista moderno".    Representante máximo da transição entre a visão de mundo escolástica e a percepção moderna da realidade, Michelangelo buscou na poesia um "pensamento mediador" que conciliasse "sua consciência de si mesmo e da sociedade dos homens, sua angústia entre as promessas do cristianismo e a miséria da nossa condição".    Por isso, ao mencionar versos em que ele estabelece um paralelo entre o ferreiro, o demiurgo e o escultor-poeta - "Só co fogo o ferreiro estende/ à idéia cara e seu melhor lavor,/ nem sem fogo um artista o ouro, em fervor,/ no seu mais alto grau afina e rende:// nem mesmo fênix outra vez se prende/ se antes não arde. E eu, se morrer no ardor,/ mais claro espero entre esses me repor/ que a morte acresce, e o tempo não ofende" -, Gama chama a atenção para o fato de que "essa capacidade de materializar o que é imaterial (a eternidade, ou a ressurreição), ou de concretizar o abstrato, é tanto mais nova e admirável em alguém que consegue, num contexto como o seu, sentir a fundo a realidade de sua contingência".    Como se pode ver no trecho acima citado, a versão de Mauro Gama procura produzir em sua tradução não apenas a relação (que toda poesia estabelece) entre semelhança fonológica e parentesco semântico, mas também uma analogia entre o contexto histórico-lingüístico de Michelangelo e seu correspondente na cultura lusófona. Para tanto, Gama verteu o original italiano para o português da mesma época - trabalho de recriação que, tendo como referência a métrica e as rimas de Luís Vaz de Camões, consegue reproduzir o efeito de modernidade que Michelangelo teve sobre a língua de seu tempo.

Dados Técnicos
Peso: 245g
ISBN: 9788574802718