Compreensão e Finitude: Estrutura e Movimento da Interrogação Heideggeriana

Descrição

Na vida e obra de cada pensador se esconde um elemento profundo que comanda sua interrogação e alimenta sua reflexão. Por momentos manifestando-se com maior visibilidade e em outro retendo - se na penumbra do pressentimento sua maior presença constante acompanha a gênese do pensamento filosófico. Por isso a unidade de um pensamento não se deverá tanto a fatores externos de sistematização rígida e às conquistar conceituais de determinada área mas ela residirá em primeiro lugar neste elemento primeiro e original que fecunda a meditação resistindo à sua própria explicitação reflexiva. Em momentos decisivos o pensador é envolto por essa realidade e do encontro misterioso jorram as fontes que alimentam a monotonia da meditação cotidiana. Um pensador que construísse seu pensamento das imagens e conceitos convencionais dominados pela linguagem e armazenados no uso corrente esquecido do horizonte criador que nele se esconde muito pobre seria e despojado de originalidade. Cada pensador tem o seu anjo com quem luta no invisível e a quem resiste até extrair o segredo que progressivamente pressente. Da resistência daquilo que o pensador persegue em sua intimidade nasce a força fecundante de seus pensamento e o poder criador que dos subterrâneos arranca a ilha do sentido que ele comunica em sua obra. A onda da vida não se elevaria tão alto com suas espumas tornando-se espírito não fosse a muda rocha antiga o destino opo-lhe resistência.