Lima Barreto: uma autobiografia literária, livro de Afonso Henriques de Lima Barreto, Antonio Arnoni Prado (Org.)

Lima Barreto: uma autobiografia literária

editora: EDITORA 34
assunto:
No conjunto de escritos de e sobre o escritor Lima Barreto (1881-1922), este livro ocupa desde já um lugar de destaque. Empregando o procedimento do corte e da montagem, o historiador da literatura Antonio Arnoni Prado, profundo conhecedor de sua obra, recombina fragmentos de contos, cartas, diários, romances, artigos e crônicas de jornal que iluminam de maneira inédita a formação da sensibilidade e da consciência crítica do autor de
Descrição
No conjunto de escritos de e sobre o escritor Lima Barreto (1881-1922), este livro ocupa desde já um lugar de destaque. Empregando o procedimento do corte e da montagem, o historiador da literatura Antonio Arnoni Prado, profundo conhecedor de sua obra, recombina fragmentos de contos, cartas, diários, romances, artigos e crônicas de jornal que iluminam de maneira inédita a formação da sensibilidade e da consciência crítica do autor de Triste fim de Policarpo Quaresma.

Na articulação entre os textos (sobretudo na passagem do registro biográfico para a construção ficcional) se fazem presentes, ora na contraluz, ora claramente indicadas, as configurações históricas, culturais e sociais contra as quais o autor de Triste fim de Policarpo Quaresma se bateu por toda a vida. Do cruzamento de todos esses planos emerge o retrato renovado de um intelectual libertário e combatente, de atualidade impressionante.

Sobre o autor

Afonso Henriques de Lima Barreto nasceu no Rio de Janeiro em 13 de maio de 1881, e morreu na mesma cidade em 1 de novembro de 1922. Matriculado em 1897 na Escola Politécnica, não conseguiu terminar o curso ante as necessidades da família, que se agravaram com a piora do estado de saúde de seu pai.?Depois de ingressar como funcionário na Secretaria da Guerra, alternou as tarefas burocráticas com a atividade jornalística, que o levou a colaborar em revistas como Careta, Fon-Fon!, O Malho, O Espelho, sem contar os inúmeros jornais que se publicavam no Rio de Janeiro e fora dele.?Foi então que esboçou os temas sarcásticos e irreverentes que marcaram a força popular de seus romances, contos e crônicas, em torno dos quais inaugurou um modo próprio de figurar as mazelas de seu tempo, transformadas por seus personagens em flagrantes decisivos de uma sociedade que emergia para o novo século sob o impacto da República recém-implantada. Recordações do escrivão Isaías Caminha (1909), Triste fim de Policarpo Quaresma (1915) e Vida e morte de M. J. Gonzaga de Sá (1919) ocupam o centro de sua prosa romanesca, ao lado de uma extensa obra de contista, em que ressaltam "A nova Califórnia" (1910), "O homem que sabia javanês" (1911) e "Dentes negros e cabelos azuis" (1920). Completados por um veio humorístico dos mais contundentes, livros como Numa e a ninfa (1915) e Os Bruzundangas (1923), por exemplo, harmonizam-se com a vasta produção jornalística no terreno da crônica e do relato-flagrante, depois recolhida em livros como Marginália (1953), Vida urbana (1956), Bagatelas (1923) e Feiras e mafuás (1953), entre outros. Como jornalista, Lima Barreto foi um militante incansável e destemido em favor dos pobres e dos injustiçados de toda ordem. Como ficcionista, foi um inconformado que jamais deixou de lutar contra a medida velha da retórica acadêmica, tendo discutido e participado das questões mais vivas que precederam a renovação das nossas letras nas primeiras décadas do século XX.

Sobre o organizador

Antonio Arnoni Prado nasceu na cidade de São Paulo, em 1943. Sob orientação de Antonio Candido de Mello e Souza, licenciou-se mestre, com a tese Lima Barreto: o crítico e a crise, publicada em 1976 pela editora Cátedra, e doutor, com o trabalho Lauréis insignes no roteiro de 22: os dissidentes, a Semana e o Integralismo, publicado, em versão resumida, sob o título de 1922: itinerário de uma falsa vanguarda (Brasiliense, 1983) e depois em versão integral pela Editora 34, em 2010. Desde 1979 leciona no Departamento de Teoria Literária da Unicamp. Foi professor visitante nas universidades de Nova York, Roma, México, Berlim e na Universidade Católica da América, em Washington. Autor da coletânea de ensaios Trincheira, palco e letras: crítica, literatura e utopia no Brasil (Cosac Naify, 2004), foi também responsável pela edição da crítica literária dispersa de Sérgio Buarque de Holanda nos dois volumes de O espírito e a letra (Companhia das Letras, 1996), e pela organização do livro A dimensão da noite e outros ensaios, de João Luiz Lafetá (Editora 34/Duas Cidades, 2004), entre outras obras.

Dados Técnicos
Peso: 259g
ISBN: 9788573264944