Como é, livro de Samuel Beckett

Como é

editora: ILUMINURAS
Tradução: Ana Helena Souza

Escrito originalmente em francês, em 1961, esse livro leva a extremos a desestabilização dos elementos estruturais do romance. A instabilidade introduzida nessa obra manifesta uma crítica à busca de controle e poder da parte do escritor.

A impossibilidade de determinação é talvez o que melhor caracteriza o livro Como é de Samuel Beckett. Romance que não tem quase nada de romanesco, drama apocalíptico irrepresentável e mais de um sentido e fim enfático de qualquer posibilidade de "Eu" lírico, trata-se, enfim, de uma obra "como (ela)... [Leia mais]
R$ 64,00
preço de capa: R$ 79,00
economia de: R$ 15,00 (19%)
Frete Grátis
para pedidos acima de R$99,00 ou frete fixo de R$6,90 para todo o Brasil.
Parcele
sua compra em 3x de R$21,33 sem juros.
Apenas 1 em estoque.
Descrição
Tradução: Ana Helena Souza

Escrito originalmente em francês, em 1961, esse livro leva a extremos a desestabilização dos elementos estruturais do romance. A instabilidade introduzida nessa obra manifesta uma crítica à busca de controle e poder da parte do escritor.

A impossibilidade de determinação é talvez o que melhor caracteriza o livro Como é de Samuel Beckett. Romance que não tem quase nada de romanesco, drama apocalíptico irrepresentável e mais de um sentido e fim enfático de qualquer posibilidade de "Eu" lírico, trata-se, enfim, de uma obra "como (ela) é": uma das melhores escritas no século XX e que consegue sê-lo a partir de uma rara economia narrativa e anímica, que de tanta "falta" pode ser também quase tudo. Como costuma ocorrer com alguns dos melhores escritores daquele século, também aqui a leitura dispara o agulhão da interpretação que nunca encontra descanso na comodidade do "já entendi". Trata-se de "menospoesia", no sentido positivo que Novalis atribuía a esta expressão. O máximo deve ser atingido via autolimitação.

Vemos aqui um retrato (dramaticamente fiel) do que restou da humanidade depois de um século de catástrofes. "Monólogo" em moto-perpétuo, seu antiprotagonista - espécie de sobrevivente da hecatombe final - narra retrospectivamente sua "vida" antes, com e depois de Pim. Fragmentos de vida "de cima", "na luz" ("inventados relembrados"), também penetram neste porão "pós-tudo" pondo as fronteiras em movimento. A narração - e sua desconstrução - segue uma estratégia em cascata: o tempo pontual do presente da narrativa é o da "citação". O "eu-narrador" conta "como ouço". Ele é perseguido por uma voz "quaqua": antivoz, que ao descrever o som de seu silêncio animaliza-o. Seus pedaços de vida são literalmente citados diante do tribunal da literatura que não possui juiz ou Deus e não garante salvação.

Dados Técnicos
Peso: 238g
ISBN: 9788573211856