Descrição
Com este livro, pretende-se verificar as concepções e as práticas de qualificação
profissional em uma fábrica de autogestão para, a partir disso, analisar o sentido que
a qualificação assume nas empresas autogeridas. Em uma abordagem mais específica do
estudo na fábrica objetiva-se: verificar a organização da fábrica e do processo de
trabalho; averiguar que tipo de qualificação se requer na empresa e as práticas de
qualificação dos associados; avaliar o conteúdo das práticas de qualificação
profissional ou os conteúdos das iniciativas educativas que emergem na empresa e o
conteúdo do programa da Anteag (Associação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de
Autogestão e Participação Acionária) de qualificação profissional.
Orelhas
Há vários representantes, entidades e movimentos, no Brasil, hoje, que têm a tarefa de
auxiliar na organização e prestar assessoria técnica e política a empresas e
cooperativas solidárias. Dentre elas, destaca-se a Associação Nacional dos
Trabalhadores em Empresas de Autogestão e Participação Acionária (Anteag). A Anteag
surgiu em 1992, a partir de indústrias têxteis e de calçados que se encontravam em
sérias dificuldades, entre outros motivos, por causa da concorrência de produtos
importados ensejada pela abertura abrupta do mercado nacional. Em 1998, a Anteag possía
41 empresas espalhadas pelo país e, hoje, relaciona-se com mais de duzentos
empreendimentos aos quais presta assessoria técnica, política e educacional.
As organizações desse tipo denominam-se cooperativas e empresas de autogestão (EA).
Essas organizações vão desde empresas pequenas e que ainda trabalham de forma
totalmente artesanal até empresas de médio e grande portes, que têm de quinhentos a
dois mil trabalhadores. Essas empresas atuam em diversos ramos, tais como têxtil, de
extração mineira, produtos alimentícios, confecções, metal-mecânica, de cristais,
cordas, plásticos e etc.
Há várias características que diferenciam as EA das empresas tradicionais capitalistas.
Rassaltamos a importância que as EA atribuem à educação dos seus associados. As
empresas e cooperativas de autogestão são organizações econômicas, mas não economistas,
isto é, a sua razão de ser não é exploração do trabalho alheio. Essa é uma das razões
pelas quais a educação dos trabalhadores não é para elas um simples fator de produção,
mas sim condição mesma para a sobrevivência. Dessa forma, além dos vários cursos
formais e informais que as EA desenvolvem, geralmente no interior das fábricas,
procurando melhorar o nível de escolaridade e conhecimento de seus associados, as
próprias empresas são também agências educacionais e de qualificação permanente e
ilimitada dos seu trabalhadores.É nesse campo de discussão que se insere o original
trabalho de Erika Porceli Alaniz.
Pelo estudo da fábrica Cooperjeans, considerada modelo pela Anteag tanto do ponto de
vista econômico como do político, a autora examina a importância da qualificação
profissional para as cooprativas e empresas de autogestão. Além de verificar os
programas e práticas educativas desenvolvidos na fábrica, a autora busca dissecar as
ações dos associados sobre os conteúdos de gestão, artindo da premissa de que essas
estariam favorecendo o desenvolvimento intelectual e ampliando a qualificação. O
trabalho de Alaniz é relevante, em primeiro lugar, porque discuti qualificação
profissional não apenas como elemento condicionado á evolução da técnica, vinculado à
progressiva supressão da divisão do trabalho, à democratização do poder e ao acesso dos
trabalhadores aos conhecimentos produzidos em uma nova relação entre educação e
trabalho de forma integrada. E, em última instância, porque as empresas de autogestão
constituem-se em um fenômeno em ascensão em vários países, sobretudo da América Latina
e da Europa. Por meio deste estudo, a autora pôde apontar o significado da qualificação
e a tendência de desenvolvimento das relações democráticas nessas organizações
econômicas. (NEUSA MARIA DAL RI)
Quarta capa
Erika Porceli Alaniz demostra de forma brilhante, e com base num exaustivo levantamento
de dados, que a qualificação para a empresa de autogestão é condição para a sua
sobrevivência, uma vez que os trabalhadores, ao responderem pela gestão da fábrica,
necessitam capacitar-se nos conteúdos que envolvem decisões de cunho administrativo,
econômico e político. Mostra, ainda, que o conceito de qualificação na empresa de
autogestão encontra-se ampliado, pois contempla a integração entre planejar e executar,
extrapolando o limite do processo de trabalho, o que deriva das novas relações socias
Sumário
Prefácio
Introdução
1 A qualificação profissional e a divisão do trabalho na sociabilidade capitalista
2 A inserção da Cooperjeans na divisão social do trabalho e o efeito na qualificação do
trabalhador
3 A contradição na relação social na empresa autogerida e a ampliação da qualificação
profissional
4 As concepções e as práticas de qualificação profissional na Cooperjeans
Conclusão
Referências bibliográficas
Posição #10741 na lista de mais vendidos da Livraria 30porcento.
Dados Técnicos
Páginas: 288
Peso: 332g
ISBN: 9788571397897