ELITES REGIONAIS E A FORMAÇÃO DO ESTADO IMPERIAL BRASILEIRO

Descrição

Ao analisar uma antiga região mineradora de Minas Gerais, muito próspera no século XIX e votada à produção de alimentos para o mercado, e, dentro dela, uma família específica da elite local, os Junqueira, o Autor permite-nos observar como se deram os mecanismos da produção, da circulação das mercadorias e de uso do trabalho dos milhares de escravos que se dedicavam ao abastecimento interno, em especial da cidade do Rio de Janeiro – a Corte – e também das áreas limítrofes. Descortinou, ademais, a inserção e as articulações das elites regionais/locais na política do Estado Imperial. Contemplou, também, a situação existente em várias outras regiões com perfis semelhantes. Trata-se, portanto, de uma obra que toca em pontos fundamentais para o entendimento das redes de abastecimento interno e a defesa de seus interesses na política mais ampla do governo imperial. Evitou deixar de lado elementos que possam ser considerados importantes, como a análise econômica quantitativa da produção, a hoje já clássica abordagem das fortunas e das famílias, a avaliação das maneiras como essas fortunas e famílias se mostravam no seu cotidiano mediante o estudo da cultura material; também atentou para os escravos e sua vivência, incluindo as relações familiares e rituais, as transgressões, bem como o sangrento embate entre eles e a família Junqueira, revelada no estudo da Revolta de Carrancas. Como anunciado no título, foi estudada a região de Campanha da Princesa em fins do século XVIII e primeira metade do XIX com base em diversos documentos, como registros paroquiais de batismo, listas nominativas e inventários post-mortem, além de genealogias, doações de sesmarias, atas do parlamento, correspondência pessoal, fotografias etc.