Descrição
Em toda forma de expressão artística – teatro, música, pintura etc. –, o autor se manifesta por meio da obra. E crítica e público, procurando desvendar o que a obra diz sobre seu autor, tentam reconstituí-lo. Em literatura não é diferente: o que um texto nos revela sobre quem o escreve? O que é legítimo deduzir a respeito de um autor, com base no que enuncia o eu poético? Não há fronteiras claras entre essas duas instâncias, e as tentativas de construção do autor empírico, de carne e osso, de suas características pessoais, a partir do que seus escritos manifestam, geram controvérsias.
Modernamente, o exemplo mais acabado dessa situação é Fernando Pessoa. Porém tal indistinção não é novidade. Já na Antiguidade clássica atribuíam-se aos autores características e sentimentos manifestados nas obras. Até que ponto os autores da época revelavam-se (ou escondiam-se?) em seus escritos? É a essa discussão, central nos estudos clássicos, que Persona Poética e Autor Empírico na Poesia Amorosa Romana vem dar sua contribuição.
O latinista Paulo Sérgio de Vasconcellos examina vários gêneros de textos clássicos, concentrando-se na poesia de Catulo e dos elegíacos, mas passando também pela retórica e pela filosofia, por Sêneca e por Plínio, o Jovem. Articulando conceitos de literatura, crítica literária e filosofia, busca esclarecer como se constrói o jogo de ocultamento e revelação do eu empírico na elaboração de sua persona poética.
Ao considerar imprescindível ponderar o papel de todos os envolvidos nessa relação – autor, eu poético, texto e leitor –, sua análise aponta novos caminhos para a compreensão da questão.
Posição #20080 na lista de mais vendidos da Livraria 30porcento.
Dados Técnicos
Páginas: 248
Peso: 290g
ISBN: 9788555710070