Depressão em Hospital Geral, livro de Karla Cristina Gaspar

Depressão em Hospital Geral

editora: PRISMAS
O Estudo de intervenção Breve Oportuna (EIBO) realizou uma série de ensaios terapêuticos aleatorizados em pacientes internados no Hospital de Clínicas da Unicamp. Objetivo: descrever o perfil clínico e a evolução desses pacientes e decorridos seis meses da alta hospitalar, reavaliar todos os pacientes por meio de uma entrevista telefônica. Método: após screnning com a Hospital Anxiety and Depression Scale (HAD), os primeiros 50 casos com episódio depressivo confirmados pelo Mini International Neuropsychiatric Interview compuseram a amostra deste estudo da depressão e foram encaminhados para... [Leia mais]
Descrição
O Estudo de intervenção Breve Oportuna (EIBO) realizou uma série de ensaios terapêuticos aleatorizados em pacientes internados no Hospital de Clínicas da Unicamp. Objetivo: descrever o perfil clínico e a evolução desses pacientes e decorridos seis meses da alta hospitalar, reavaliar todos os pacientes por meio de uma entrevista telefônica. Método: após screnning com a Hospital Anxiety and Depression Scale (HAD), os primeiros 50 casos com episódio depressivo confirmados pelo Mini International Neuropsychiatric Interview compuseram a amostra deste estudo da depressão e foram encaminhados para um serviço de saúde pública. Devido ao caráter naturalístico do presente estudo, não interferimos na conduta dos médicos durante a internação. Após seismeses de alta hospitalar, todos os pacientes foram entrevistados novamente por telefone. Resultados: a média de idade foi 49,3 anos (desvio-padrão:14,5), com predominância do sexo feminino (68%). Infeccções, neoplasias malignas, doenças gastrointestinais e renais foram as principais razações de internação, muitas vezes associadas a doenças de base (principalmente hipertensão arterial, diabetes e cardiopatias). Decorridos seis meses da alta, cinco pacientes faleceram, seis não puderam ser contatados e um recusou a nova entrevista. Dos 38 reavaliados, dois terços continuavam deprimidos. Apenas 12 pacientes foram tratados e desses 7 (58%) foram com antidepressivos. Continuar deprimido associou-se a ideação suicida e a reinternações. Banalização dos sintomas depressivos, medo de ficar dependente de psicofármacos e descrédito em antidepressivos e psicoterapias constituíram barreiras para que 21 pacientes (55%) não buscassem tratamento para depressão. Dos 17 que o fizeram, 5 não conseguiramtratamento. Conclusão: Este estudo inédito demonstrou que após seis meses da alta hospitalar, 66% dos pacientes continuam deprimidos e 15% receberam tratamento. E dos que continuam deprimidos 64% apresentam ideação suicida e 16% tiveram novas internações. As crenças que os pacientes têm sobre depressão e o tratamento também constituem fatores de impedimentos subjetivos para buscar tratamento.

Dados Técnicos
Páginas: 93
Peso: 160g
ISBN: 9788555070860