As guerras de vingança e as relações internacionais - Um diálogo com a antropologia política sobre os Tupi-Guarani e os Yanomami, livro de Alberto Montoya Correa Palacios Junior

As guerras de vingança e as relações internacionais - Um diálogo com a antropologia política sobre os Tupi-Guarani e os Yanomami

editora: UNESP
As guerras de vingança apresentam desafios analíticos e diplomático-estratégicos para as Relações Internacionais (RI). Certas características atribuídas a essas guerras, como a longa duração das hostilidades e os sentimentos de vingança que animam as partes, podem conformá-las em espécies de “ciclos de vingança”. Nesses ciclos, as sociedades em guerra buscam vingar as mortes ou injúrias infligidas reciprocamente e acabam por estender a duração do conflito, inibindo as possibilidades de solução pacífica das suas controvérsias. O exame das guerras de vingança se faz oportuno em um contexto i... [Leia mais]
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Descrição
As guerras de vingança apresentam desafios analíticos e diplomático-estratégicos para as Relações Internacionais (RI). Certas características atribuídas a essas guerras, como a longa duração das hostilidades e os sentimentos de vingança que animam as partes, podem conformá-las em espécies de “ciclos de vingança”. Nesses ciclos, as sociedades em guerra buscam vingar as mortes ou injúrias infligidas reciprocamente e acabam por estender a duração do conflito, inibindo as possibilidades de solução pacífica das suas controvérsias. O exame das guerras de vingança se faz oportuno em um contexto internacional marcado por guerras e conflitos armados que escapam aos conceitos e teorias clássicas das RI – ou não se deixam explicar por eles. O livro adota as etnografias e etnologias de americanistas como fonte primária. As correntes antropológicas visitadas com maior intensidade são o funcionalismo da guerra dos Tupinambá de Florestan Fernandes; a arqueologia da violência de Pierre Clastres e sua experiência entre os Guayaki-Aché; o perspectivismo ameríndio de Viveiros de Castro entre os Araweté; a economia da predação de Carlos Fausto entre os Parakanãs; e, por último, a economia da predação com David Kopenawa e Bruce Albert entre os Yanomami. O autor analisa os mecanismos de interligação entre a vingança e a guerra em “ciclos de vingança” para buscar explicar as suas manifestações nas experiências dos Tupi-Guarani e dos Yanomami. Procurando caracterizar conceitualmente o fenômeno da guerra de vingança para sua análise nas RI, articula a vingança e a guerra em dois âmbitos: no âmbito intrassocietário os ideais coletivos de vingança, condensados em um sistema ideológico centrípeto ou centrífugo, galvanizam a lealdade para a guerra e justificam o sacrifício do inimigo; no âmbito intersocietário, os imperativos de vingança inibem a possibilidade de resolução diplomática da contenda armada entre os inimigos. Ao dialogar com a Antropologia política ameríndia, o livro visa contribuir para a compreensão, na área das Relações Internacionais, sobre as manifestações contemporâneas das guerras, para as quais a taxionomia e as categorias conceituais das novas guerras e das RI se mostram incompletas ou inapropriadas.

Dados Técnicos
Páginas: 384
Peso: 475g
ISBN: 9788539308217