Filosofia da Civilização, livro de Albert Schweitzer

Filosofia da Civilização

editora: UNESP
Concluída entre 1914 e 1917, portanto em meio à Primeira Guerra Mundial, esta obra faz uma crítica à filosofia ocidental por seu fracasso em construir, como se propõe, uma visão duradoura de mundo capaz de fundar uma civilização baseada no otimismo perante a vida e na ética. E sugere um novo caminho, que, porém, não rejeita o antigo Racionalismo, mas procura retomá-lo do século 18, dando-lhe nova conformação: a do Racionalismo incondicional. Esse novo pensamento racionalista proposto por Albert Schweitzer (1875-1965) deixa de lado a obsessão por conhecer o sentido do mundo – que admite como... [Leia mais]
Descrição
Concluída entre 1914 e 1917, portanto em meio à Primeira Guerra Mundial, esta obra faz uma crítica à filosofia ocidental por seu fracasso em construir, como se propõe, uma visão duradoura de mundo capaz de fundar uma civilização baseada no otimismo perante a vida e na ética. E sugere um novo caminho, que, porém, não rejeita o antigo Racionalismo, mas procura retomá-lo do século 18, dando-lhe nova conformação: a do Racionalismo incondicional. Esse novo pensamento racionalista proposto por Albert Schweitzer (1875-1965) deixa de lado a obsessão por conhecer o sentido do mundo – que admite como meta intangível – e centra-se no sentimento de “querer viver”. Para Schweitzer, é no desejo de viver, inerente a cada um, que reside a visão de vida otimista e ética, que necessariamente precede a visão de mundo, em vez de enraizar-se nesta: se reverencia a própria vida, cada ser humano deve considerar sagrada toda e qualquer vida. Ao aprofundar tal interpretação, o Racionalismo incondicional aflui para o misticismo, propondo que, por meio da atitude otimista da vida e do mundo e também da ética, o ser humano satisfaz o desejo universal de querer viver que nele se revela. O filósofo escreve: “Vivo minha vida em Deus, na misteriosa personalidade divina e ética que não reconheço dessa forma no mundo, mas apenas a vivo como um anseio misterioso em mim”. Contudo, acredita Scheitzer, as ciências e a técnica, uma vez inseridas no cotidiano, prejudicam nas pessoas a capacidade de autorreflexão e concentração, o que repercute em sua vida familiar e na educação de seus filhos, ensejando “dano material e espiritual”: “Totalmente absorvidos pela mais encarniçada luta pela existência, muitos de nós já não têm condições de pensar em ideais de sentido civilizatório. Não contam mais com a objetividade necessária para tanto”. A verdadeira civilização, assim, decorreria da ação de pessoas com capacidade para “pensar” de acordo como o Racionalismo incondicional, ou seja, a partir do desejo universal de viver, mesmo que não seja possível explicar o mundo. Tal civilização não sacrificaria nenhum ser humano às circunstâncias, nem faria das massas mero instrumento para sua construção, como, segundo o pensador, propõe certa filosofia.

Dados Técnicos
Páginas: 336
Peso: 510g
ISBN: 9788539303946