Samba e identidade nacional - Das origens à Era Vargas, livro de Magno Bissoli Siqueira

Samba e identidade nacional - Das origens à Era Vargas

editora: UNESP
assunto:
Formato: 16 x 23cm
Páginas: 287
Edição: 1ª - 2012
Acabamento: Brochura com orelhas
Peso: 440g

Esta obra discute, de forma instigante e inovadora, o tema “samba e identidade nacional”, abordado de forma genérica pela historiografia que cobre o período Vargas. Contestando os autores clássicos da história da cultura brasileira, que definem o ritmo como música portuguesa com influência negra, o autor, que é músico, demonstra, com base em uma bem documentada pesquisa, que o samba se originou, sim, na África. E, também, como e em que contexto deixou a marg... [Leia mais]
Descrição
Formato: 16 x 23cm
Páginas: 287
Edição: 1ª - 2012
Acabamento: Brochura com orelhas
Peso: 440g

Esta obra discute, de forma instigante e inovadora, o tema “samba e identidade nacional”, abordado de forma genérica pela historiografia que cobre o período Vargas. Contestando os autores clássicos da história da cultura brasileira, que definem o ritmo como música portuguesa com influência negra, o autor, que é músico, demonstra, com base em uma bem documentada pesquisa, que o samba se originou, sim, na África. E, também, como e em que contexto deixou a marginalidade no começo do século 20 para se transformar em produto de valor comercial e um dos ícones mais simbólicos do Brasil contemporâneo - ainda que, para tal, tenha sofrido um processo de “branqueamento”.

Siqueira privilegia as matrizes da conformação (religiosa e lúdica) do samba, para fundamentar sua reflexão, enfatizando a estrutura musical e rítmica, e não as letras de música. Ele estuda as relações entre o samba e a construção de uma identidade nacional, analisando os personagens e os formatos musicais do gênero que serviu como catalisador da brasilidade.

O autor parte de um substrato inicial, essencialmente criado pela cultura negra de raízes africanas e de registro predominantemente oral. E conta que desse substrato surge um paradigma rítmico que depois será filtrado e apropriado pelas variadas formas do samba urbano carioca, as “derivações”, que constituirão as bases tanto para suprir o novo mercado fonográfico quanto para servir à construção de uma identidade que ajudasse a fortalecer um pretenso Estado nacional.

A obra procura identificar, assim, uma matriz do samba perene, plena da complexa estrutura rítmica da música negra religiosa, e avaliar de que modo esta mesma estrutura sobreviveu nas formas derivadas, como a do “samba moderno”. Para isto, faz um estudo musicológico das composições da época, que em última análise resultariam de um “branqueamento” do samba.

O autor escreve que as vicissitudes das formas derivadas seriam ainda determinadas pela conjuntura da produção musical, pela então nascente indústria da radiodifusão, da difusão discográfica e do entretenimento. E conclui que as formas derivadas do samba, embora mantenham os paradigmas rítmicos de origem negra, foram apropriadas pela cultura dominante e que o ritmo terminou por servir à ideologia do Estado.

Sobre o autor

Magno Bissoli Siqueiraé músico, compositor, educador, historiador e produtor musical. Professor e doutor formado pelaFaculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP, é percussionista da Orquestra Sinfônica do Teatro Municipal de São Paulo e diretor artístico do Ensemble Bissamblazz. No Brasil, destacou-se por apresentações com grupos de músicacontemporânea e peças de teatro, como Calabar de Ruy Guerra e Chico Buarque (1980).Sua discografia inclui 18 títulos como intérprete e seu método “O Balanço doSamba” é referência para o ensino do rítmo no Brasil e no exterior.

Dados Técnicos
Páginas: 296
Peso: 440g
ISBN: 9788539302512