TERRITÓRIO NA GEOGRAFIA DE MILTON SANTOS, livro de ANTONIO CARLOS ROBERT MORAES

TERRITÓRIO NA GEOGRAFIA DE MILTON SANTOS

editora: ANNABLUME
Trecho da obra - Foi em face deste quadro que nos voltamos para a reconceituação proposta por Milton Santos, e ela se revelou bem adequada para equacionar o problema tratado, desde que tomada de uma forma aberta a certa redefinição. Na verdade, a distinção entre território e território usado emergiu como o ovo de Colombo dessa discussão, a qual visava articular numa mesma unidade de análise o espaço efetivo da colonização lusitana na América do Sul com o espaço pretendido pela administração colonial portuguesa. De um lado, os lugares efetivamente incorporados pelo movimento colonizador; de ... [Leia mais]
Descrição
Trecho da obra - Foi em face deste quadro que nos voltamos para a reconceituação proposta por Milton Santos, e ela se revelou bem adequada para equacionar o problema tratado, desde que tomada de uma forma aberta a certa redefinição. Na verdade, a distinção entre território e território usado emergiu como o ovo de Colombo dessa discussão, a qual visava articular numa mesma unidade de análise o espaço efetivo da colonização lusitana na América do Sul com o espaço pretendido pela administração colonial portuguesa. De um lado, os lugares efetivamente incorporados pelo movimento colonizador; de outro, a porção de espaço delimitada pela ação diplomática da metrópole. E foi nessa junção (ao mesmo tempo uma distinção) que a diferenciação dos conceitos mencionados ganhou sentido em nosso entendimento, derrubando nossa própria crítica quanto ao seu conteúdo redundante. Nesse escopo, o território, enquanto conceito essencialmente político, diria respeito ao exercício da soberania sobre um âmbito espacial delimitado em tratados celebrados entre as Coroas ibéricas e ratificados (ou questionados) pelos Estados pós-coloniais. Seria, portanto, o conceito que responderia ao domínio geopolítico (mesmo que apenas formal), projetando a pretensão de controle político-territorial por parte do aparato estatal em construção. Já o território usado estaria referido ao habitat criado pelo colonizador, abrigando as instalações construídas pelo avanço da colonização nas novas terras, as quais expressavam sua inserção na economia colonial. Tratava-se, assim, de um espaço econômico inserido na área acima qualificada de domínio estatal (colonial e, posteriormente, nacional), que na maior parte dos casos constituíam verdadeiras regiões produtivas cuja dinâmica respondia em muito às flutuações do comércio atlântico. No período em foco, este espaço não conhecia contiguidade plena sequer na zona costeira, mesmo tendo sido estabelecido num padrão de ""mancha de óleo"" a partir de pontos de difusão litorâneos.

Dados Técnicos
Páginas: 130
Peso: 200g
ISBN: 9788539105267