Descrição
Este trabalho analisa os processos discursivos desencadeados pelo funcionamento da denominação
milícia. Essa denominação começou a circular na mídia, em 2006, para se referir à polícia (junto a outros agentes de segurança pública) que invade áreas de favelas, impondo um domínio, intervindo nas relações sociais, a partir da instauração de um dispositivo normativo. Diante desse acontecimento discursivo, pergunta-se: por que chamar a polícia de milícia? A partir dessa questão, a autora perscruta quatro efeitos produzidos pela substituição de uma denominação por outra: 1) o de que, em certa instância, a denominação
milícia recobre a violência policial ao dar outro nome à polícia, ou seja, desvincula milícia da Instituição Polícia; 2) por outro lado, é o lugar de policial que configura e sustenta o sentido de milícia enquanto protetora; 3) todavia, tem sua prática associada a grupos criminosos, é então significada como criminosa, um desdobramento da polícia; 4) e a existência da milícia está ligada a um espaço material político-simbólico determinado, a favela, pois é nesse espaço que ela instaura sua prática (sua lei).
Sobre a autora
Greciely Cristina da Costa é doutora em Linguística pelo Instituto de Estudos da Linguagem (IEL) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Organizou com Débora Massmann a coletânea Linguagem e historicidade, publicada pela RG Editores, e traduziu, com a mesma autora, o livro Os pré-discursos: Sentido, memória, cognição, de Marie-Anne Paveau, pela Editora Pontes.
Posição #9752 na lista de mais vendidos da Livraria 30porcento.
Dados Técnicos
Páginas: 240
Peso: 280g
ISBN: 9788526810778