Organização e funcionamento do mercado de tabaco no Sul do Brasil

Descrição

O estudo é ambicioso, ainda que seu objetivo seja bem modesto em relação à complexidade do assunto. Buscou-se, fundamentalmente, compreender a organização e o funcionamento do sistema produtivo e do mercado de tabaco no Sul do país, tendo como norte questões de natureza econômica derivadas tanto da literatura recente como de análises anteriores sobre o assunto, entre as quais se destacam as seguintes: Qual a racionalidade do sistema de produção integrado de tabaco dominante no Sul do país? Quais as vantagens e as desvantagens para os principais atores envolvidos, notadamente empresas industriais e pequenos agricultores, nessa parceria que parece tão assimétrica e que já dura um século? Como está organizado tal sistema? Que mecanismos de coordenação são utilizados? Qual o papel dos incentivos e dos instrumentos jurídico-burocráticos para o funcionamento do sistema? Como são os contratos de produção, suas regras e os mecanismos para assegurar o cumprimento das obrigações estipuladas? Qual o papel do mercado e quais as relações entre a dinâmica do mercado e a da produção integrada? É um sistema competitivo ou a regulação restringe a concorrência e introduz ineficiências econômicas onerosas para a sociedade? Qual o papel da regulação social, via participação dos agentes representativos, no funcionamento do sistema? E quais as fontes de conflitos e as forças dinâmicas que alimentam a evolução da produção de tabaco no Sul do país? Caberá ao leitor avaliar a contribuição do estudo para responder a essas questões. O sistema integrado de produção do tabaco vem sendo chacoalhado pelo seu próprio êxito, pelo crescimento acelerado do setor, pelas transformações em curso no mercado internacional, pela reestruturação de empresas tradicionais do setor e pela entrada de novas, pelas pressões de natureza social e política relacionadas ao uso do tabaco e a suas conseqüências para a saúde pública. Nesse contexto, cabe perguntar em que medida esse sistema de integração — espinha dorsal da produção brasileira de tabaco — continua válido, quais as suas vantagens e desvantagens, quais os riscos e os custos envolvidos, qual sua justificativa vis-à-vis alternativas organizacionais. O livro procura responder a essas questões.