Roteiro da Poesia Brasileira - Arcadismo , livro de Domicio Proenca Filho

Roteiro da Poesia Brasileira - Arcadismo

editora: GLOBAL
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Primeiro grupo homogêneo de poetas da literatura brasileira, os árcades não deixaram apenas uma obra rica e saborosa. De certa forma, ainda timidamente, elaboraram também uma espécie de prefácio à autonomia da literatura brasileira, que os românticos iriam concretizar e proclamar com som e com fúria.

Portugueses pela expressão, internacionais pela temática, Tomás Antonio Gonzaga, Cláudio Manuel da Costa, Alvarenga Peixoto, Basílio da Gama, Silva Alvarenga, Alvarenga Peixoto, Santa Rita Durão, com maior ou menor força e ousadia já se identificam com a terra e revelam traços incon... [Leia mais]
Descrição
Primeiro grupo homogêneo de poetas da literatura brasileira, os árcades não deixaram apenas uma obra rica e saborosa. De certa forma, ainda timidamente, elaboraram também uma espécie de prefácio à autonomia da literatura brasileira, que os românticos iriam concretizar e proclamar com som e com fúria.

Portugueses pela expressão, internacionais pela temática, Tomás Antonio Gonzaga, Cláudio Manuel da Costa, Alvarenga Peixoto, Basílio da Gama, Silva Alvarenga, Alvarenga Peixoto, Santa Rita Durão, com maior ou menor força e ousadia já se identificam com a terra e revelam traços inconfundíveis de sensibilidade brasileira, sem que disso tenham consciência.
O português Gonzaga, filho de brasileira, encarnando-se em Dirceu, "honrado pastor" da aldeia de Marília, deixa aflorar sob as convenções temáticas, umas deliciosas vibrações do que seria, mais tarde, a alma brasileira.

Cláudio Manuel responde ao apelo da terra por oposição, admirando-se de "que entre penhas tão duras se criara/ uma alma terna, um peito sem dureza!". Foi o mais ligado aos modelos arcádicos, mas alguns críticos o apontam como "o mais profundamente preso às emoções e valores da terra" (Antonio Candido).

Mas em matéria de brasilidade ninguém supera o mulato Domingos Caldas Barbosa, já bem afastado do arcadismo, dengoso, sensual, cantador de lundu, cujo sucesso em Portugal encheu de inveja o peito de Bocage. Cantava coisas assim: "Não posso negar, não posso,/ não posso por mais que queira,/ que o meu coração se abrasa/ de ternura brasileira".

Abrasar-se de ternura brasileira era, em suma, apresentar prenúncios de romantismo, que o leitor sensível pode detectar, em alguns casos de forma muito incipiente, no delicado Silva Alvarenga, em Basílio da Gama, o maior de todos, e até mesmo no misterioso autor das Cartas Chilenas, o primeiro poema político da literatura brasileira.






Dados Técnicos
Peso: 270g
ISBN: 9788526011441