O poço e a mina

Descrição

No verão de 1931, na cidade mineradora de Carbon Hill, no coração do Alabama, uma garotinha de nove anos vê um bebê sendo jogado nas águas do poço de sua família por uma mulher misteriosa, que some na escuridão. Atônita, a pequena Tess Moore torna-se testemunha de um crime inexplicável. É o auge da Grande Depressão nos Estados Unidos, e a família Moore se esforça para sobreviver com dignidade àqueles duros anos. À maneira de grande parte dos homens de Carbon Hill, Albert Moore trabalha nas minas de carvão (um emprego em que nunca se sabe se a volta são e salvo para casa é garantida). Diferente da sorte da maioria dos colegas, Albert conquistou a duras penas seu próprio pedaço de terra, o que lhe permite, a despeito das muitas adversidades, pôr comida na mesa de sua família – Leta, sua esposa, e os três filhos.  Os Moores são conhecidos também pela presteza em ajudar os vizinhos menos afortunados, seja com uma parte do que colhem, uma porção de um prato saboroso preparado com carinho ou poucos e suados dólares que farão falta no final do mês. Tudo isso torna ainda mais intrigante o episódio do bebê no poço. Por que alguém faria tamanha maldade? Ainda por cima, nas terras de gente tão boa? Os cidadãos, chocados, não falam de outra coisa, mas é Tess quem mais se aflige com o mistério. Ela passa a ser atormentada por pesadelos frequentes, nos quais tem certeza de estar acompanhada do bebê morto, que tenta alcançá-la do fundo das águas. A fim de trazer um pouco de paz ao sono da irmã mais nova, Virgie, de 14 anos, elabora um plano para descobrir a identidade da Mulher do Poço. As duas listam todas as mulheres conhecidas que poderiam ter dado à luz nos últimos meses. Em seguida, começam a investigá-las, insinuando-se nos lares das potenciais suspeitas. A investigação não oferece respostas imediatas, mas abre os olhos e os ouvidos das irmãs para as complicações da vida além do meio familiar.  À medida que Tess tenta desvendar o mistério da Mulher do Poço, uma imagem nítida dos anos 1930 emerge das histórias narradas nas vozes dos diferentes membros da família Moore: um retrato composto de sons e cheiros, sensações e memórias que evocam um passado de privações, de condições desumanas de trabalho e de segregação racial; mas também de anedotas familiares, detalhes afetivos da vida doméstica e perspectivas culturais que não são contempladas em livros de história. Com seu romance de estreia, Gin Phillips apresenta uma narrativa apaixonante sobre amor, humildade e esperança, e, acima de tudo, a importância de se fazer a coisa certa.