Descrição
Janete Clair foi a maior novelista brasileira. Ninguém conseguiu os feitos de sua ficção na tevê.
Seus últimos capítulos eram vistos por 100% dos televisores ligados pelo país afora e, mesmo
depois de sua morte em 1983, seus enredos eram assunto obrigatório entre todos os
brasileiros. Embora tenha escrito 31 radionovelas e 22 telenovelas, sendo 19 na Rede Globo, a
autora publicou apenas um livro, o folhetim Nenê Bonet.
Em 2005, quando ela comemoraria 80 anos de vida, a Editora Barcarolla publica uma nova
edição desta novela escrita com os ingredientes tão bem explorados pela escritora: amores
impossíveis, ódios, paixões fulminantes, intrigas, sexo, dinheiro, mistério e suspense. Um livro
que, certamente, vai matar as saudades do público de Janete Clair.
A primeira edição de Nenê Bonet teve uma tiragem muito pequena e os exemplares
sobreviventes nem mesmo em sebos são hoje encontrados. Esta nova publicação, sem dúvida,
é um marco editorial e uma grande contribuição ao empenho dos herdeiros de resgatar a obra
de Janete. A apresentação é do diretor de tevê e publicitário Márcio Tavolari, um dos grandes
responsáveis por este trabalho de preservação da produção literária da autora. O novelista
Gilberto Braga, que assinou uma novela com Janete Clair (Bravo!, em 1975), escreve um
depoimento publicado na orelha do livro, que tem projeto gráfico e capa de João Batista da
Costa Aguiar.
O livro
Quando publicado pela primeira vez, em 1980, depois de aparecer, em capítulos, nas páginas
da revista Manchete, Nenê Bonet retomou no Brasil uma tradição secular da literatura universal
– o romance-folhetim. Janete Clair fez renascer entre nós o gênero que deu celebridade a
Honoré de Balzac, Alexandre Dumas, Eça de Queirós, Machado de Assis, Charles Dickens,
Manuel Antonio de Almeida, Ponson du Terrail, Julio Diniz.
Dentro desta conhecida estrutura literária, Janete Clair narra com simplicidade e clareza a
história de Ernestina (Nenê), filha única de uma rica família da aristocracia rural do Rio de
Janeiro na década de 20.
Criada de forma tradicional, reprimida e preparada para ser uma esposa fiel, submissa a um
marido machista e autoritário, ela descobre, através de um longo e tortuoso aprendizado, os
caminhos da libertação sexual e da emancipação pessoal. Nenê Bonet tem como cenário o Rio
de Janeiro da época: o ritmo febril do maxixe – a dança proibida -, as confeitarias repletas, os
bordéis de luxo no melhor estilo belle époque parisiense, o início de um refinamento de vida de
uma cidade provinciana que vai se tornando cosmopolita, enfim, um cenário fascinante, quase
mágico, que envolve o leitor como em uma novela de tevê.
Sobre a autora
Janete Clair (1925-1983), mineira de Conquista, nasceu Jenete Emmer, mas adotou seu
pseudônimo inspirada em Clair de lune, de Debussy. Era chamada de “Nossa Senhora das
Oito” ou “Maga das oito”, pois conseguia enfeitiçar os telespectadores do horário nobre da
Rede Globo com suas novelas. Começou no rádio, em 1943, como atriz e escreveu 31
radionovelas. Sua estréia foi na TV Tupi com O acusador (1964). Assinou 22 telenovelas,
sendo 19 na Globo, entre elas Irmãos coragem (1970), Selva de Pedra (1972), Pecado Capital
(1975), O astro (1977) e Pai Herói (1979). Foi casada por 33 anos com o novelista e teatrólogo
Dias Gomes (1922-1999), com quem teve os filhos Denise, Alfredo e Guilherme.
Dados Técnicos
Peso: 370g
ISBN: 8598233250