O Homem que fazia chover - E outras histórias inventadas pela mente

Descrição

Edson Amâncio sempre ficou no limiar entre a Medicina e a Literatura. Desta vez ele finalmente conseguiu reunir suas paixões e o resultado é o livro “O Homem que Fazia Chover – e outras histórias inventadas pela mente”, editado pela Barcarolla. Baseado em uma pesquisa de cinco anos e na observação cotidiana e atenta de pacientes e familiares, Edson enriquece os conhecimentos médicos e ajuda os leigos a compreenderem melhor o fascinante universo dos sintomas neuropsiquiátricos, a exemplo do neurologista americano Oliver Sacks (que publicou vários livros com histórias de seus pacientes e os mistérios do cérebro, entre eles, Um Antropólogo em Marte, A Ilha dos daltônicos, Os Fantasmas que povoam nosso cérebro e O homem que confundiu sua mulher com um chapéu).

Afinal, as neurociências têm respostas para explicar o que se passa na mente de todas as pessoas? Como diagnosticar, por exemplo, patologias como a de um homem que está convencido de que, com a força de seu pensamento, pode fazer chover; ou de velhinho que se diverte com uma bailarina imaginária, dançando num canto da sala; ou, ainda, o poeta que insiste em voltar para casa, mesmo sentado na sala de sua casa. Também aparecem os casos da mulher que vê seu braço esquerdo agir como alienígena, movendo-se contra a vontade dela, e de uma doce criatura começando a emagrecer perigosamente, porque não vê comida – vê cobras se movendo no prato do qual deve comer.

Na narrativa do médico-escritor, John Nash, Einstein, Bill Gates, Dostoiévski, Mozart, Van Gogh, Flaubert, Machado de Assis viram exemplos de pacientes com sintomas bizarros, e que foram reconhecidos como gênios. O que a ciência tem a dizer sobre eles? E sobre Kafka e Gogol? Todos esses e outros emprestam seus personagens, nesse livro, para ilustrar a realidade e desvendar o que há de semelhante entre as doenças de que padeciam esses homens famosos e as estranhezas que criaram. O livro ajuda a compreender melhor, ao mesmo tempo, a criatividade dessas mentes complexas, os sintomas e os casos descritos.

A mente humana é estranha. Mesmo aqueles que, todos os dias, têm como ofício decifrá-la, os médicos especialistas, são a todo o tempo surpreendidos pela capacidade inesgotável de mutação do cérebro de uma pessoa. Isso obriga o profissional a uma navegação infinita e permanente por essa realidade.

Com a desculpa de reunir suas experiências para facilitar a viagem de seus alunos de medicina, Edson Amâncio começou a compilar os casos cotidianos que invadiam seu consultório. Casos clínicos neurológicos, neuropsiquiátricos, neurocirúrgicos, todos eles minuciosamente descritos e discutidos.

Depois de um trabalho de cinco anos de pesquisa dedicada, a preocupação do autor foi conhecer melhor o seu material de trabalho, ouvir com atenção, envolver-se apaixonadamente a fim de compreender os insondáveis escaninhos das doenças neuropsiquiátricas.

E a realidade pode ser muito mais inesperada do que qualquer ficção, como mostra Edson. Ele registrou (quase em tempo real) as conversas com seus pacientes, tocou, examinou, ouviu extraordinárias histórias, conviveu com elas, algumas durante anos. São pessoas que – em decorrência de uma lesão neurológica ou neuropsiquiátrica – desenvolveram uma nova personalidade, uma nova realidade, um “mundo paralelo” a eles mesmos e, sobretudo, a seus familiares – muitas vezes personagens perdidos em meio às suas histórias inventadas pela mente.

Sobre o autor

Edson Amâncio nasceu em Sacramento (MG), em 1948. Estudou medicina em Uberaba (MG), com pós-graduação em Neurocirurgia pela Universidade Federal de São Paulo. Foi professor titular da Faculdade de Ciências Médicas de Santos e lecionou também na Faculdade Federal de Medicina do Triângulo Mineiro. Criou e preside o Congresso Paulista de Neurociências. É médico do Hospital Albert Einstein e IX de Julho, em São Paulo. Tem artigos publicados em revistas e jornais. Escreveu ainda os livros Em Pleno Delito (contos), Pergunte ao Mineiro (crônicas), Cruz das Almas (romance), Minha Cara Impune (novela), Memórias de um Quase Suicida (romance). Estudioso da obra de Dostoiévski, publicou uma coletânea de ensaios sobre personagens diabólicos na obra do autor russo, pela Sec. de Cultura de Porto Alegre.