Terror em nome de Deus - Por que os militantes religiosos matam

Descrição

Tradução: Marta Góes e Mário Góes

"Se pudéssemos resolver os nossos problemas sem a guerra, o mundo seria muito melhor. Mas é claro que a guerra é a nossa única opção. Uma grande parte de nosso povo vive ainda sob ocupação – a pior forma de escravidão”, disse Abdel Aziz Rantissi anos atrás à professora de Harvard, Jessica Stern, quando cumpria pena domiciliar. Hoje Abdel Aziz é o novo líder do Hamas, um dos mais importantes grupos extremistas do Oriente Médio. Ele foi um dos mais de cem grandes líderes extremistas religiosos de Israel, Palestina, Iraque e Indonésia entrevistados para o livro “Terror Nome de Deus – Porque os Militantes Religiosos Matam”. Jessica Stern é uma das maiores especialistas do mundo em armas químicas e terrorismo.

Num estilo de reportagem, com linguagem fácil e direta, esta ex-assessora do governo Clinton faz uma crítica severa à política norte-americana de combate ao terrorismo, após analisar o processo de surgimento e funcionamento dos grupos mais importantes do mundo.

"Até agora as ações para melhorar nossa política externa tiveram como alvo primariamente a tentativa de esmagar militarmente os grupos terroristas”, diz a especialista em seu livro. “Há vários problemas com essa abordagem. O mais óbvio é que células dormentes já estejam montadas em muitos países, o que torna ações militares contra um determinado santuário terrorista de eficácia limitada", complementa Jessica. Na sua opinião, toda vez que o governo norte-americano responde com violência, ajuda os terroristas na mobilização de seus adeptos.

Quando dirigiu o Conselho de Segurança Nacional no governo Bill Clinton, Jessica Stern cumpriu missões tão ousadas que inspirou a concepção do personagem interpretado por Nicole Kidman no filme “O Pacificador”, de 1997. Formada em Química pela Barnard College, mestre em Ciências pelo Massachusset Institut of Technology (MIT) e doutora em Políticas Públicas pela Universidade de Harvard, especializou-se em armas de destruição em massa e terrorismo.

A mando de Clinton, viajou a Moscou para ajudar o governo russo a impedir o contrabando o antigo arsenal bélico soviético.

Em 1999, publicou o livro “The Ultimate terrorists”, pela Havard University Press. Durante quatro anos, entrevistou mais de cem ativistas do terrorismo religioso, com destaque para os líderes do Líbano, Israel, Palestina, Indonésia, Paquistão, Índia. Desta pesquisa acadêmica nasceu “Terror em Nome de Deus – Porque os Militantes Religiosos Matam”.

Escrito num estilo de reportagem, com linguagem fácil e direta, o livro fala não só como cada grupo adquiriu seu arsenal biológico e nuclear, mas quais as estratégias sofisticadas dos governos para derrotar os terroristas religiosos, do ponto de vista político e militar. Para chegar aos líderes extremistas, Jessica Stern passou por várias situações difíceis. Conseguiu ouvir Abdel Aziz Rantissi, hoje líder do Hamas, cercada de seguranças. Na ocasião, ouviu deste extremista e médico pediatra a seguinte frase: ”Nossa religião condena a matança de mulheres, crianças e civis. A intenção é matar combatentes. Quando crianças são mortas é por danos colaterais.“