AÇÃO, SUSPENSE, EMOÇÃO

Descrição

Este é um trabalho que assume e realiza a interdisciplinaridade, cruza as fronteiras da antropologia urbana, da literatura, da sociologia e história da cultura e da teoria da comunicação. A partir de uma teorização plural da cultura contemporânea que se expressa na bibliografia de referência, Silvia Borelli empreende uma "navegação" segura e questionadora das dicotomias e exclusões teóricas que impossibilitam perceber as fusões, conexões e redefinições que ocorrem na cultura, impropriamente estamentada em erudita, popular e de massa.

Crítica dessas categorias essencializadas de cultura, a autora incursiona através de uma singular arejada visão histórica dos gêneros literários ficcionais, até chegar à crônica e ao romance de aventuras. São gêneros-signos da mais autêntica modernidade, de acordo com Todorov, porque são híbridos, desterritorializados, abertos a mudanças e a rupturas literárias, estéticas, culturais. Conforme essas premissas teóricas, é a trajetória concreta de um autor - Marcos Rey - que expressa de maneira cabal o caminho da cultura e dos produtores culturais na modernização da sociedade brasileira. Mais que um escritor, desenvolve e mescla múltiplas habilidades e áreas de atuação: do livro à revista e à televisão, do ensaio ao roteiro e ao romance; legitimado pelo mercado, mas não reconhecido pela crítica cultural. É ele a própria personificação do produtor cultural da modernidade brasileira, polivalente, híbrido, fragmentado.

Tratando de todas essas dimensões, este é um trabalho que funde de maneira ímpar o domínio teórico com o tratamento empírico do gênero ficcional de massa, dentro de uma escrita fluente e clara que alia rigor e emoção e que, sem dúvida, deverá marcar os estudos sobre cultura e comunicação de massa no Brasil.