Arquivo da tag: Marcelo Mirisola

Literatura

Autoficção

18 agosto, 2014 | Por Isabela Gaglianone

Egon Schiele

O mais recente livro de Marcelo Mirisola, Hosana na sarjeta, acaba de ser lançado pela Editora 34. O romance inicia-se em frente à lendária boate Kilt, em São Paulo, e narra as venturas e desventuras do protagonista MM, às voltas com algumas mulheres. Uma, Paulinha Denise, um tipo de Capitu mareada, loira descolorida, com problemas de identidade; Ariela, a “outra”, espécie de Lolita casada, verdadeira mentira ambulante. Na trama, um diamante contrabandeado, um réveillon  no Rio de Janeiro e uma terrível maldição, proferida por uma cigana: “Você nunca vai amar ninguém nessa vida”.

Segundo Rodrigo Casarin, em análise escrita ao Suplemento Pernambuco, faz uma colagem com as personagens femininas do livro, breves definições de cada uma que dão uma mostra da observação mordaz deste narrador. Casarin resalta a precisão da prosa de Mirisola e, sobre a narrativa do livro, resume: “A história começa num arquipélago na ilha de Sumatra — um dos quatro territórios da Oceania no War, célebre jogo de tabuleiro — e passa por São Paulo, Guarulhos, Rio de Janeiro, Suzano e interior de Minas Gerais. Nas suas primeiras páginas, Marcelo Mirisola, o protagonista, ouve de uma marmiteira que também lê tarô que irá correr o mundo e desfrutar do sexo de muitas mulheres — clarividência que reverbera por toda a obra do escritor”. Continue lendo

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Literatura

Crônicas ladeira-abaixo

7 abril, 2014 | Por Isabela Gaglianone

O Cristo empalado, de Marcelo Mirisola, é uma compilação de quase 40 textos – entre contos, crônicas e ensaios –, publicados originalmente no site Congresso em foco. No prefácio, Aldir Blanc observa: “Mirisola não economiza ofensas, não poupa os bem-pensantes tão em voga, mija nos que se julgam puros, esmerdalha os himmlers que se autoiçaram. Os textos, como o autor, são paradoxais: nos iluminam por suas sombras, nos redimem lançando maldições, nos lavam a alma ao enfiá-la de cabeça no pântano em que vivemos”.

Escrachado, sucinto e direto, Mirisola, na crônica que dá título ao volume, apresenta a tese de que é a cruz que carrega Cristo nas costas, e não o contrário: se ele tivesse sido empalado, “a Igreja e os seus subprodutos mais sórdidos simplesmente não existiriam”.  Continue lendo

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